A Polícia Federal deflagrou nesta quarta-feira (15) a Operação Ankara, no cumprimento de oito mandados de busca e apreensão nas cidades de Aripuanã, Espigão D’Oeste (RO) e Tocantins (MG), com o objetivo de combater a prática de extração clandestina de madeira da Terra Indígena Aripuanã.
Está sendo cumprido também o sequestro judicial de bens dos envolvidos, até o valor de R$ 1.256.826,97, que engloba valores estimados até o momento pelas investigações para a recuperação de áreas degradadas, rendimentos ilícitos auferidos pelo grupo e movimentações financeiras suspeitas de lavagem de capitais.
As investigações se iniciaram após a realização de fiscalização conjunta da Polícia Federal e do Ibama, em julho de 2022, próximo à Aldeia Paralelo 10, em um ramal que dá acesso à Terra Indígena Aripuanã.
Na oportunidade, foi realizada a abordagem da pessoa que se autointitula “Turco”, que conduzia uma caminhonete Bandeirante branca, vindo da saída da terra indígena. Com ele, foram encontradas ferramentas destinadas à manutenção de maquinário pesado, assim como folhas e documentos de registros contábeis e de logísticas destinados a conferência de metragem e valores de espécies de madeira (romaneio de toras).
Consta, ainda, que foi destacada equipe policial para o interior das áreas de exploração, percebendo-se várias toras de madeira aguardando serem retiradas, assim como máquina trator esteira dirigida à extração/corte de madeiras.
Com o aprofundamento da investigação foi identificada a existência de uma organização criminosa voltada a prática de desmatamento ilegal, extração e comercialização ilegal de madeira em Terra Indígena (com o apoio de indígenas para essa finalidade), visando, ainda, à inserção de dados falsos no sistema Sisflora, conferindo-se ares de legalidade à transação e transporte da madeira, com a sua respectiva comercialização no mercado interno.
A Operação Ankara faz alusão à capital da Turquia (Ancara), considerando que o principal alvo se autodenomina “Turco”.
Fonte: O Documento