G20 debate estratégias para eliminar tuberculose na era das mudanças climáticas

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Cientistas de todo o mundo reuniram-se na 4ª Reunião do Grupo de Trabalho da Saúde para discutir os impactos da mudança de clima no avanço da tuberculose

De que maneiras os países do G20 podem apoiar a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) e a Organização Mundial de Saúde (OMS) e os países de baixa e média renda para desenvolver uma resposta à tuberculose resiliente às mudanças climáticas? Qual seria o caminho mais importante e mais acionável para mitigar o impacto das mudanças climáticas na epidemia de tuberculose? A proteção social pode desempenhar um papel nesse sentido? Essas e outras questões foram respondidas no evento de discussões promovido pelo Brasil, Opas e OMS na 4ª Reunião do Grupo de Trabalho da Saúde do G20, em Natal. 

Com o tema “Acabar com a tuberculose no contexto das mudanças climáticas: construindo evidências para informar ações”, a reunião ocorreu na segunda-feira (2), no segundo dia de evento. “A ideia é discutir como os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), que visam a eliminação da tuberculose em 2030, podem ser impactados pelas mudanças climáticas”, explicou a secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde, Ethel Maciel. 

De acordo com ela, há ações das mudanças climáticas que afetam diretamente o controle da doença como, por exemplo, as enchentes que assolaram o estado do Rio Grande do Sul. “As pessoas em tratamento da doença não poderiam ficar sem o medicamento. A medida urgente do Ministério da Saúde foi aumentar os lugares de distribuição para que, quem precisasse do medicamento, pudesse retirá-lo da maneira mais rápida e acessível possível”, observou. 

Outra questão discutida foi sobre como a mudança climática pode afetar a microbactéria que causa a tuberculose. “Essas pesquisas já estão em curso, mas vamos nos aprofundar mais nesse cenário para entender e estabelecer ações diante dos impactos que essas mudanças de clima causam na microbactéria”, acrescentou Ethel. 

ethel responde perguntas g20.jpgContexto 

Os fatores sociais, econômicos e ambientais como desigualdades, pobreza, insegurança alimentar, deslocamento em massa, interrupção dos sistemas de saúde, má ventilação e poluição do ar aumentam a suscetibilidade à tuberculose.  Soma-se a isso os riscos relacionados às mudanças climáticas (calor extremo, inundações, tempestades, seca) que continuam alimentando as epidemias locais e dificultam o progresso em direção ao fim da doença nesses países, principalmente por meio da interrupção dos serviços de saúde e vias de insegurança alimentar.

Construir sistemas de saúde mais resilientes e ambientalmente sustentáveis é considerada uma das três grandes estratégias para responder ao efeito das mudanças climáticas e trazer saúde. 

Sobre o G20 

O Grupo dos 20 (G20) é um dos maiores foros de cooperação econômica internacional, criado em 1999, e formado por 19 países, entre nações desenvolvidas e emergentes e pela União Europeia. 

Ele surgiu em resposta às crises econômicas da década de 90 e tem como objetivo o fortalecimento da economia internacional e a discussão de temas fundamentais para o desenvolvimento socioeconômico global. Seu alcance ultrapassa a área em que o agrupamento começou e influencia a saúde global e seus movimentos. 

Com uma composição diversa, que inclui países em diferentes níveis de desenvolvimento e culturas, o grupo tem a capacidade de iniciar projetos cujos benefícios podem se estender por todo o planeta, conseguindo antecipar grandes e amplos debates e buscar lugares de consenso e de convergência, antes de levar a discussão a um maior número de países e agentes interessados. 

https://www.gov.br/

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