Não estou nem aí, diz autor das esculturas de cera que viralizaram

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Não estou nem aí, diz autor das esculturas de cera que viralizaram

Um vídeo que mostra uma série de esculturas de cera em exposição na cidade de Rolândia (PR) viralizou nas redes sociais brasileiras nos últimos dias. Como todo trabalho amador que cai na internet, esse também virou motivo de piada no Twitter, Instagram, TikTok e outros cantos da web.

O autor das obras é Arlindo Armacollo, um empresário de 77 anos que faz esculturas de cera nas horas vagas. Parte da exposição que viralizou faz parte do seu próprio museu, construído e mantido por ele mesmo como um “presente” para a cidade onde nasceu e cresceu.

Mesmo com tudo o que aconteceu em Washington, aquele museu de cera ainda foi a coisa mais esquisita que eu vi hoje.

— Chico Barney (@chicobarney) January 7, 2021

O vídeo que viralizou é uma versão editada de uma reportagem do jornal paranaense Folha de Londrina publicada no YouTube em 2015. O artista não sabe dizer por que só agora as imagens viralizaram, mas diz que não se incomoda com os memes. “Não estou nem aí. Serviu de divulgação”, diz, com bom humor, em entrevista a Tilt.

O rosto por trás do meme

Arlindo Armacollo e um visitante do seu museu em Rolândia (PR) - Divulgação/30 Segundos Produções - Divulgação/30 Segundos Produções

Arlindo Armacollo e um visitante do seu museu em Rolândia (PR)

Imagem: Divulgação/30 Segundos Produções

Armacollo é dono de alguns estabelecimentos, como uma imobiliária e uma loja de itens para construção, espalhados por Rolândia —uma cidade de cerca de 67 mil habitantes a quase 400 quilômetros de distância de Curitiba.

Quando não está administrando os negócios, há 20 anos o empresário dedica seu tempo livre à arte. Começou com pinturas e há quase oito anos também investe em esculturas de cera, que aprendeu a fazer sozinho com dicas com amigos.

As esculturas são feitas a mão com cera de abelha temperada com lubrificante e óleo mineral. A pintura é feita com tinta a óleo. Os dentes são próteses compradas de um dentista local. Os cabelos são perucas, os olhos são importados e as roupas são compradas em lojas de vestuário de Rolândia mesmo.

Sem contratempos, como um erro de cálculo na hora de preparar a tinta, por exemplo, cada escultura leva cerca de 30 dias para ficar pronta —considerando que Armacollo só cuida delas no tempo livre, de fim de semana, à noite ou em feriados. Cada escultura pode custar R$ 5.000 para ser feita.

Armacollo começou a construir essas esculturas de cera como um presente para a Igreja Matriz de Rolândia, incluindo figuras como a do Papa João Paulo II e Madre Tereza de Calcutá. Logo vieram personalidades como Elvis Presley, Michael Jackson, Albert Einstein e muitos outros que não aparecem no vídeo que viralizou, como o Chaves e o Shrek.

Escultura de cera do Chaves feita por Arlindo Armacollo - Divulgação/30 Segundos Produções - Divulgação/30 Segundos Produções

Escultura de cera do Chaves feita por Arlindo Armacollo

Imagem: Divulgação/30 Segundos Produções

Escultura de cera do Shrek feita por Arlindo Armacollo - Divulgação/30 Segundos Produções - Divulgação/30 Segundos Produções

Escultura de cera do Shrek feita por Arlindo Armacollo

Imagem: Divulgação/30 Segundos Produções

Como fugiam do propósito religioso original, essas figuras precisaram ser movidas para outro espaço. Foi aí que Armacollo decidiu construir, por conta própria, um museu de cera. Aberto há um ano, o Museu Izidoro Armacollo é batizado em homenagem ao pai de Arlindo, que morreu em 1985, e inclui também as pinturas feitas pelo artista.

Museu de Artes Izidoro Armacollo - Divulgação/30 Segundos Produções - Divulgação/30 Segundos Produções

Museu de Artes Izidoro Armacollo

Imagem: Divulgação/30 Segundos Produções

Pintura feita por Arlindo Armacollo - Divulgação/30 Segundos Produções - Divulgação/30 Segundos Produções

Pintura feita por Arlindo Armacollo

Imagem: Divulgação/30 Segundos Produções

O museu é, segundo Armacollo, mais um presente para a comunidade de Rolândia. Ele não cobra ingresso e não tem qualquer suporte da prefeitura. Por isso mesmo, diz que não se incomoda com os memes e piadas que nasceram do vídeo que viralizou.

“Se eu estivesse fazendo como comércio, para ganhar dinheiro, aí poderia prejudicar meu negócio e eu ia pensar no que fazer. Mas não é essa a jogada. Eu faço para a cidade. Eu fico feliz porque mais gente vai querer vir e tirar foto”, diz o artista.

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