Ícone histórico da imunização no Brasil, personagem voltou ao primeiro plano na atual gestão, sendo um aliado importante no processo de educação e combate às notícias falsas
Símbolo da vacinação no Brasil, o personagem Zé Gotinha foi criado em 1986 pelo artista plástico Darlan Rosa para a campanha de vacinação contra a poliomielite realizada pelo Ministério da Saúde. Seu principal objetivo era tornar as campanhas de imunização mais atraentes para as crianças.
Além de conscientizar sobre a importância da vacinação contra essa doença, o personagem entrou em campo também para alertar sobre a prevenção de outras, como o sarampo.
Atualmente, com 38 anos, o Zé Gotinha é parte de uma das conquistas brasileiras mais significativas: o Programa Nacional de Imunizações (PNI), que completou 50 anos de existência em 2023. O sucesso da mascote, especialmente nas décadas de 80 e 90, ajudou o Brasil e o PNI a eliminarem a poliomielite do território nacional. O último caso de pólio no país foi registrado em 1989.
Dono de grande carisma, Zé Gotinha se tornou um símbolo universal na missão de salvar vidas e um aliado importante no processo de educação e combate às notícias falsas. Não por acaso, o mascote da imunização venceu, no início de 2024, o prêmio oferecido às melhores figuras do universo digital na categoria Brand Persona, do iBest.
Desde que foi reerguido pela atual gestão, o personagem já atuou diversas vezes para mobilizar e incentivar a vacinação. Isso surtiu resultados positivos: em 2023 foi registrado crescimento da cobertura vacinal de 13 dos 16 principais imunizantes do calendário infantil em relação a 2022 – avanços que fizeram com que o Brasil saísse do ranking dos 20 países com mais crianças não vacinadas no mundo.
Para manter a vacinação em alta, o Zé Gotinha traz três dicas valiosas adotadas pelo ministério:
Combate à desinformação
Em outubro do último ano, foi lançado o programa Saúde com Ciência, uma iniciativa inédita em defesa da ciência e voltada ao enfrentamento da desinformação. A estratégia interministerial é coordenada pelo Ministério da Saúde e pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, em parceria com outros ministérios e órgãos, garantindo atuação em diferentes frentes.
Uso do microplanejamento
Graças à estratégia de microplanejamento – ferramenta para a tomada de decisão no nível de território e o repasse de recursos financeiros para estados e municípios promoverem estratégias inovadoras de vacinação – iniciada no ano passado, o Brasil registrou, em 2023, um aumento na cobertura vacinal em 13 das 16 principais vacinas do calendário do PNI. A média de aumento foi de 7,1 pontos percentuais, com destaque para a tríplice bacteriana.
Digitalização do cartão de vacina
A padronização das regras dos sistemas de informação para o registro de doses de vacinas aplicadas no Brasil foi recentemente reforçada pela pasta. Com a reformulação do Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunizações (SIPNI), um novo módulo foi implementado para facilitar o registro de vacinação de rotina. Este novo sistema integra os dados diretamente à Rede Nacional de Dados em Saúde (RNDS), garantindo um acompanhamento mais preciso e detalhado das coberturas vacinais e permitindo uma melhor gestão das informações de vacinação.
Além disso, o investimento na imunização é robusto. Mais de R$ 5,6 bilhões foram investidos no ano passado na compra de vacinas; já em 2024, com valores atualizados até o mês de julho, esse valor alcança mais de R$ 7,2 bilhões. De forma inédita, R$ 150 milhões foram repassados em 2023 aos estados e municípios em apoio às ações de imunização com foco no microplanejamento. Para 2024, o mesmo valor será destinado aos estados e municípios.