Vacinação e cenário epidemiológico da Covid-19 são destaques no primeiro dia do Seminário Nacional Conass Conasems

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As expectativas em relação à vacinação e a situação da pandemia no Brasil e no mundo foram os temas abordados nesta quarta-feira (09), no I Seminário Nacional Conass e Conasems que abordou o impacto da Covid-19 nos serviços de saúde e a resposta do Sistema Único de Saúde (SUS) no enfrentamento da pandemia. Durante o evento, que acontece até o próximo dia 11 e conta com a participação de representantes de institutos de pesquisa, secretarias de saúde municipais e estaduais, pesquisadores e profissionais de saúde, serão apresentadas as experiências bem-sucedidas para garantir o atendimento à população e perspectivas de desenvolvimento de imunizantes.

Acompanhe a transmissão ao vivo do evento pelo Canal do Conass no YouTube. 

O presidente do Conass, secretário de Estado da Saúde do Maranhão, Carlos Lula, falou sobre o fortalecimento da união entre Conass e Conasems durante a pandemia. Lula mencionou o Guia Orientador para o enfrentamento da pandemia Covid-19 na Rede de Atenção à Saúde, elaborado por ambos os conselhos, onde são disponibilizadas orientações sobre como deve ser organizada para o enfrentamento da pandemia, a Rede de Atenção à Saúde a partir da Atenção Primária à Saúde. “Não tem sido fácil, mas tenho orgulho em dizer que aprendemos, com a pandemia, a darmos mais as mãos e entender que se juntos já está difícil imagina se estivéssemos separados. Essa união é um ponto que não temos mais como reverter”, disse.

Já o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, enalteceu o a força do SUS que, ao longo dos anos e principalmente agora com a pandemia, tem sido uma ferramenta fundamental para todos os brasileiros. “O SUS permitiu um atendimento de saúde bastante capilarizado e seria muito difícil enfrentar esta pandemia sem ele”.

Segundo Pazuello a pandemia é composta por ondas e será inevitável enfrentá-las sendo, portanto, necessário empenho e preparação de todos os profissionais da saúde para melhor anteder a população em todos os aspectos.

Socorro Gross, representante da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas/OMS), no Brasil, parabenizou a realização do seminário uma vez que é fundamental partilhar os aprendizados e também os erros cometidos para, agora e no futuro, aprimorar as ações de saúde em todo o país e no mundo. “Nesta caminhada que estamos atravessando juntos e que temos adiante, aprendemos muito e esse aprendizado é o que nós como organização, temos para caminharmos de mãos dadas com vocês que contam com a Opas assim como nós contamos com vocês”, concluiu.

Para o coordenador técnico do Conasems, Nilo Bretas, o fortalecimento da união entre Conass e Conasems foi um ganho para os gestores durante pandemia a partir do momento que possibilitou a concretização da operacionalização de ações, como a elaboração e implementação do guia nos municípios. “Nunca estivemos tão juntos como nesse momento. Tenho certeza de que serão debatidos aqui temas fundamentais para que a gente continue fortalecendo e estruturando essa ação interfederativa”.

A abertura do encontro contou ainda com a participação de Guilherme Schettino, diretor do Instituto Israelita de Responsabilidade Social do H. Albert Einstein que, assim como os demais destacou a aproximação de todos que trabalham no sistema de saúde no Brasil, sejam eles de instituições públicas, privadas ou filantrópicas.

Conferência Magna | Eugênio Vilaça

Logo após a abertura do encontro, o consultor do Conass, Eugênio Vilaça, proferiu a conferência O lado oculto de uma pandemia: a terceira onda ou o ‘paciente invisível’. Nela, Vilaça abordou aspectos referentes às características das primeira, segunda e terceira onda da pandemia da Covid-19″.

Na ocasião foi lançado o livro que deu nome à conferência. O material está disponível gratuitamente para leitura e download clicando aqui.

Para acessar a apresentação feita por Eugênio Vilaça durante o Seminário, clique aqui.

Painel | O desafio do Brasil no enfrentamento da pandemia do novo Coronavírus

Neste primeiro dia do seminário foi realizado o painel que abordou os desafios do país no enfrentamento da Covid-19. Participaram o secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Arnaldo Medeiros, o diretor do Instituto Butantã, Dimas Covas e a presidente da Fundação Oswaldo Cruz, Nizia Trindade.

Sobre o cenário epidemiológico do novo coronavírus na atualidade, Arnaldo Medeiros apresentou dados do Brasil e do mundo e chamou a atenção para o aumento no número de casos e de óbitos em países da Europa, decorrentes da segunda onda da doença, principalmente em países como Espanha, Itália e Reino Unido.

Para conferir a apresentação feita por Arnaldo Medeiros no Seminário, clique aqui.

Ao apresentar dados do Brasil capturados ontem (08/12), Medeiros disse que são mais de seis milhões de contaminados. Destes, mais de cinco milhões se recuperaram o que leva o Brasil a ser o segundo país com maior número de recuperados, atrás apenas da índia segundo dados do Johns Hopkins. No entanto, observou que, ao se falar da doença no Brasil é fundamental avaliar as regiões brasileiras, pois é como se houvesse quase cinco curvas epidemiológicas no Brasil.

Sobre o número de óbitos, o secretário afirmou ter havido um aumento nos últimos sete dias, mas enfatizou que “muito mais que avaliarmos  os números de casos e óbitos quando falamos de Covid-19 é extremamente importante avaliar a Síndrome Respiratória Aguda Gripal Grave (SRAG) tanto em termo de casos quanto em termos de óbitos”.

Dimas Covas, presidente do Instituto Butantã falou sobre as perspectivas da vacina popularmente conhecida como “coronavac” que está sendo produzida pelo instituto em parceria com a empresa chinesa Sinovac. “Estamos em uma fase bem adiantada desse processo que já permitiu a incorporação da produção aqui no país e essa semana inauguramos a linha de produção que ganha ritmo a partir de agora. Devemos chegar até o final de janeiro e/ou começo de fevereiro com cerca de 40 milhões de doses produzidas aqui no Butantã”, assegurou Covas.

De acordo com ele, o que se espera agora é a apresentação final dos resultados de eficácia da vacina a partir de um estudo clínico ainda em andamento com 12 mil voluntários. Estima-se ainda segundo o diretor do instituto, que esta semana estes dados sejam apresentados para então serem apresentados aos órgãos regulatórios do Brasil (Anvisa) e da China. “Com isso solicitaremos o registro da vacina e do seu uso emergencial. Esperamos que isso aconteça já na próxima semana e que este processo de autorização de uso seja relativamente rápido como tem acontecido no mundo todo à exemplo da Inglaterra.

A presidente da Fundação Oswaldo Cruz, Nísia Trindade, apresentou a situação da vacina desenvolvida em parceria com a biofarmacêutica AstraZeneca e a Universidade de Oxford. “É importante situar que esse é um esforço gigantesco e precisamos, neste momento, reafirmar o desafio e a grande responsabilidade que temos. Para a Fiocruz é fundamental trabalharmos todos juntos”, disse ao iniciar a exposição.

Nísia pontuou que os desafios para a produção da vacina são inúmeros. “Nunca se viu desenvolver uma vacina em tão pouco tempo. Não podemos esquecer que se trata de uma nova vacina e de uma nova doença com lacunas de conhecimento”.

A vacina em questão está sendo desenvolvida com o maior estudo clínico em andamento no mundo. Aproximadamente 58 mil voluntários em todos os continentes estão participando da pesquisa e para acompanhar o projeto, a Fiocruz instalou um Comitê Técnico-Científico das iniciativas associadas a Vacina para a Covid-19.

Segundo a presidente da Fiocruz, o processo de submissão do registro na Anvisa está em andamento e os dados dos estudos clínicos já foram encaminhados à agência. “Nossa previsão é que em fevereiro entreguemos 30 milhões de doses e entre março e julho cheguemos a 70 milhões.

Ela destacou que esta é a primeira vacina com resultados dos estudos clínicos da fase 3 publicados em revistas científicas com dados validados por cientistas independentes, além de ser o único estudo de fase 3 que monitora infecções assintomáticas.

Nísia também chamou a atenção para o domínio do Brasil da tecnologia em julho do ano que vem, para produção nacional, sendo a vacina distribuída e armazenada entre 2o e 8C, a mesma temperatura da rede de frio do SUS. “É um compromisso fundamental podermos contribuir para o nosso país com a vacina que é um bem público e tão importante quanto a água potável”, concluiu.

Confira aqui a transmissão ao vivo do primeiro dia de atividades no I Seminário Nacional do Conass e Conasems:

Com informações via Conass

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