SOFT POWER NA CIDADE INDUSTRIAL – Várzea Grande frente as potências mundiais.

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OPINIÃO: Prof° Jalme Júnior

Várzea Grande foi uma cidade de passagem – boiadeiros pantaneiros por aqui transitavam
estabelecendo comércio em Cuiabá. Os efeitos pós-guerra do Paraguai (1870 adiante) junto a chegada de Árabes (Síria, Líbano Damasco, entre outros), Japoneses e europeus – possibilitou a formação comercial do
povoado. Algumas manufaturas ajudaram na formação de comércio pujante, que preparou terreno para grande inciativa de industrialização – encampanada a partir da década de 1930 – alocando Várzea Grande como a
cidade industrial.
Esses processos históricos destacaram a relevância de Várzea Grande para as cadeias produtivas do Vale do Rio Cuiabá (agricultura, mineração, turismo e transporte). Direta ou indiretamente é a força produtiva várzea-grandense que estrutura a base política, econômica, social e cultural do Vale – através da mão-de-obra e/ou dos recursos que por aqui fluem. Claro! Cada município possui seu protagonismo e importância para a sustentação do Vale em sua totalidade. Por essa razão, é fundamental iniciar reflexões em torno desse
complexo econômico no contexto de atuação das potências mundiais.
Com fim da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), os Estados Unidos da América (E.U.A)
vivenciaram período de forte crescimento econômico. Os lucros gerados pela guerra alocaram o país norte americano em uma condição de potência econômica. Com a chamada Guerra Fria (1939-1990) um conflito
feito, sobretudo, por embates ideológicos, tecnológicos e espionagens os E.U.A e a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) se enfrentaram pela conquista da Hegemonia mundial.
O grande cientista político brasileiro, Moniz Bandeira (1935-2017) salienta que Hegemonia se dá pelo domínio cultural, político, econômico, intelectual e militar de um país sobre o outro. Essa atividade busca viabilizar recursos para o país conquistador, garantindo assim o seu caráter capitalista imperialista, no sentido
de dominação das cadeias produtivas, mercado consumidor e recursos da natureza.
Ao passo que E.U.A vencem a URSS, inicia-se (no cenário internacional) desafio da manutenção hegemônica. Desafio que provoca estadunidenses a produzirem novo modelo de controle social para a Hegemonia, o Soft Power e Hard Power. Moniz Bandeira, em suas variadas obras, salienta que o Soft Power
é uma espécie de controle social realizado através da persuasão, domínio cultural (via meios de comunicação de massa), político/ideológico, se utilizando de bloqueios econômicos, notícias falsas (Fake News) e coações morais. Já o Hard Power se refere ao uso da força, através de invasões e instalações de bases militares, assassinatos encomendados e controle pelo medo.
Não há necessidade de ir longe para notar essa atuação capitalista imperialista em Várzea Grande.
Diariamente a cultura vinda dos E.U.A através dos filmes de heróis, alimentos (fast food), bebidas, seriados e políticas de governo são realizados no município. Ainda nesse contexto, geógrafos como Milton Santos, Armem Mamigonian e Ariovaldo Umbelino também apontam as ações de transnacionais que vão interferir diretamente no cotidiano das pessoas, direcionando maneiras de agir e pensar.
Na atualidade, essas ações se intensificam a cada dia. Tensões aumentam, visto a expansão econômica de países outrora periféricos como a China e países árabes. O povo de Várzea Grande necessita retomar sua história, tomar para si a responsabilidade e cobrar seus representantes políticos. Exigir e propor ações e
políticas públicas em prol do desenvolvimento socioeconômico. É hora dos(as) cidadãos(ãs) protagonizarem a mudança que se almeja para a famosa cidade industrial.
Várzea Grande 17 de Novembro de 2020.

4 COMENTÁRIOS

  1. Muito bom esse texto pois relata muito bem a velha e a nova Várzea Grande e a responsabilidade do povo em escolher bem seus representantes para que estes busquem a mudança que tanto temos necessidade e urgência .
    Parabéns professor uma excelente reflexão

  2. Essa é a realidade de Várzea Grande e precisamos combater Soft Power com mais políticas públicas conscientizando a nossa comunidade que é necessário escolher a razão para para conquistar melhorias direitos e igualdade para todos.

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