Ícone do site Blog do Pedro Luis

Senadores repercutem discurso de Bolsonaro na ONU.

O discurso do presidente Jair Bolsonaro na abertura da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) repercutiu entre os senadores nesta terça-feira (21).

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, disse que o presidente da República, entre outros pontos, destacou realizações importantes do Brasil.

Obviamente que há posições do presidente com as quais eu não concordo, mas são convicções dele, já conhecidas de todos. Portanto, não há grande surpresa em relação à fala do presidente, que é aquilo que ele normalmente prega.

Na opinião do presidente do Senado, o momento é de união e cooperação entre os Poderes, para buscar soluções para os problemas brasileiros.

“Nós devemos respeitar, essa cultura do respeito entre os Poderes. Vamos celebrar o que há de positivo no país neste momento, que é a possibilidade de nós termos entre os Poderes um mínimo de união para dar soluções aos nossos problemas reais”.

Pelas redes sociais, alguns senadores manifestaram incômodo com o discurso de Bolsonaro. Para o senador Rogério Carvalho (PT-SE), o discurso foi mentiroso.

“Mais uma vez, Bolsonaro submete o Brasil a mais um vexame internacional ao defender o tratamento contra a COVID sem eficácia comprovada pela ciência. O discurso de Bolsonaro na ONU repete mentiras. Ataca a imprensa, países irmãos e volta a defender o tratamento precoce. Bolsonaro não discursa para uma Nação, mas para seus extremistas. Uma fala trágica que aprofunda o isolamento do país”, afirmou Rogério Carvalho.

O senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) também criticou o discurso.

“Bolsonaro conseguiu um feito extraordinário: levar o cercadinho à Assembleia Geral da ONU. Ignorou totalmente o Brasil real e falou sobre o país imaginário que flutua na bolha de desinformação das redes sociais. É motivo de vergonha mundial, mas não dá para dizer que é surpresa”, escreveu Alessandro.

Na opinião do senador Jean Paul Prates (PT-RN), o Brasil já foi melhor representado na ONU.

“O Brasil já teve dias melhores na cerimônia de abertura da Assembléia da ONU. Bolsonaro mais uma vez apequena a Presidência da República e o país diante de líderes mundiais. Mente, evita falar dos verdadeiros problemas do Brasil e do mundo, e mais uma vez envergonha nosso país”, publicou Jean Paul Prates.

O senador Renan Calheiros (MDB-AL) criticou Bolsonaro.

“O discurso pífio e mentiroso de Bolsonaro na ONU mostra ao mundo a ‘república do cercadinho’, uma vergonha para todos os brasileiros. Mentiu do começo ao fim, repetiu seu negacionismo e mostrou sua limitação cognitiva para todo o mundo”, afirmou Renan.

A senadora Leila Barros (Cidadania-DF) disse que Bolsonaro mentiu.

“O presidente da República foi à Assembleia Geral da ONU para vender mentiras e criar cortinas de fumaça para ocultar os crimes cometidos na gestão da pandemia e reafirmar o negacionismo do seu governo. Ele ao menos ajustou o discurso. Trocou o ‘estamos sem uma mácula de corrupção’ por ‘estamos sem qualquer caso concreto de corrupção’. É uma pena que ele não tenha se aprofundado sobre os casos ‘não concretos’ que a CPI da Covid apontou”, escreveu Leila.

O senador Cid Gomes (PDT-CE) expressou opinião semelhante à da colega.

“Bolsonaro usou o palco das Nações Unidas para mentir. Voltou a propagar remédios ineficazes para combater a covid, isso depois de cerca de 600 mil mortes. Não vacinado, é tratado cada vez mais como pária. Só causa vexame e vergonha a nós brasileiros”, publicou Cid.

Por sua vez, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) afirmou que o Brasil precisa de “Vacina, comida, investimentos e emprego”, mas o presidente leva à ONU “Tratamento precoce, discurso contra a vacina e fake news contra prefeitos e governadores. Vexame!”

A senadora Zenaide Maia (Pros-RN) disse que o Brasil “foi muito mal representado na ONU” e que a comitiva brasileira teve: “1. o único presidente do G20 que não se vacinou; 2. um ministro da Saúde que fez gesto obsceno a manifestantes; 3. um chanceler que fez ‘arminha na mão’ a manifestantes”.

O discurso do presidente da República também repercutiu na reunião da CPI da Pandemia desta terça-feira (21).

O senador Marcos Rogério (DEM-RO) defendeu o discurso do presidente, principalmente em relação ao tratamento precoce da covid-19. “O presidente defendeu a autonomia do médico para adotar as medidas que achar necessárias”, afirmou.

Fonte: Agência Senado

Sair da versão mobile