Seca reduz a produção de grãos em MT no ciclo 2023/2024 em 8,1%

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Após recordes históricos em 2022, desde junho de 2023 o preço do leite pago ao produtor está retornando à normalidade observada nos últimos oito anos. Esta é a quinta baixa seguida e o preço do leite captado em outubro de 2023 ficou em R$ 1,90/litro na média em Mato Grosso e 1,75% menor que a de setembro. Em relação a outubro de 2022, a redução foi de 24,63%. Entre janeiro e maio deste ano, os preços do leite alcançaram os patamares mais elevados desde 2015.

A queda nos preços do leite está relacionada à maior oferta interna de lácteos, devido ao aumento da produção e das importações brasileiras. Segundo o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), a tendência é que os preços se aproximem da média dos últimos oito anos no estado, que em outubro de 2023 foi de R$ 1,86 por litro. A expectativa é que essa situação se mantenha em novembro e dezembro, com o aumento da produção no período chuvoso.

Por outro lado, os produtores de leite têm se beneficiado da queda nos preços do milho, principal insumo da pecuária leiteira. O milho disponível (Imea) ficou cotado a R$ 34,98 por saca em novembro de 2023, 0,60% menor que em outubro e 46,39% menor que em novembro de 2022. Com isso, a relação de troca entre o leite e o milho melhorou para os produtores de leite em novembro, sendo necessários 18,44 litros de leite para comprar uma saca de milho, 25,59% menos que em novembro de 2022.

“Essa vantagem pode ser revertida nos próximos meses, caso os preços do milho sejam impulsionados pela crescente exportação do cereal pelo estado. Além disso, a pressão sobre os preços do leite deve continuar diante do aumento da oferta no mercado interno. Assim, os produtores de leite devem ficar atentos às conjunturas que podem afetar a rentabilidade do setor”, diz o Imea no boletim mensal sobre a pecuária leiteira.

Conteúdo/ODOC – Depois de colher uma safra recorde no ciclo 2022/2023 que bateu 100,9 milhões de toneladas, os produtores mato-grossenses encararam o clima seco devido a falta de chuvas, ondas de calor causados pelo fenômeno El Niño. Os efeitos disso são a perspectiva de redução na safra de grãos para o período de 2023/2024 em 8,1%, e a previsão é de colher 92,7 milhões de toneladas.

Os resultados de Mato Grosso são preocupantes, com possíveis impactos na economia do Estado e estão acima da média nacional. A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) apontou no 3º Levantamento da Safra de Grãos 2023/2024 que a produção de grãos no Brasil deve atingir 312,3 milhões de toneladas, volume 2,4% inferior ao obtido na temporada passada.

A queda na estimativa de produção neste ciclo é explicada pela baixa ocorrência de chuvas e as altas temperaturas registradas nos estados do Centro-Oeste, enquanto que no Sul do país, principalmente no Rio Grande do Sul, pelo excesso das precipitações. Essas condições climáticas adversas afetaram o desenvolvimento de importantes culturas, como soja e trigo.

“Estamos atentos e redobraremos o monitoramento das áreas produtoras. O comportamento do clima este ano é o fator mais determinante para as culturas que estão em plantio e em desenvolvimento, em função do El Niño. Além disso, os atrasos no plantio da soja abrem incertezas para o milho 2ª safra”, pondera o diretor de Política Agrícola e Informações da Conab, Sílvio Porto.

O clima também tem trazido impacto para a soja, principal cultura cultivada no país. O plantio da oleaginosa continua atrasado em todas as regiões produtoras. Em alguns estados os trabalhos de implantação da cultura ficaram próximos aos da última safra, como Paraná e Mato Grosso. Com a irregularidade climática há a sinalização de redução da produtividade nos estados do Centro-Oeste. Em Mato Grosso as lavouras ainda apresentaram uma evolução satisfatória, mesmo com o pouco volume pluviométrico recebido. Já em Goiás, Minas Gerais, Matopiba e Rio Grande do Sul, a área semeada se encontra bem abaixo do ocorrido na safra 2022/23. No Rio Grande do Sul é devido ao excesso hídrico, e nas demais regiões é por conta da irregularidade ou falta de precipitações.

Maior produtor de soja do Brasil, Mato Grosso deve sentir os reflexos na produtividade com a redução em 6,3% passando de 3.773 quilos por hectare para 3.535 quilos por hectare. Já a produção deve cair em 4,6%, com expectativa de colheita 43,4 milhões de toneladas ante a 45,6 milhões colhidos na temporada passada.

Os técnicos da Conab continuarão acompanhando o desenvolvimento das lavouras a fim de verificar os impactos das condições climáticas no desempenho final.

Fonte: https://odocumento.com.br

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