Nas ruas de Várzea Grande, o silêncio das ambulâncias paradas e a calmaria nas portas das unidades de saúde são o prenúncio de uma reivindicação por reconhecimento e justiça. Os motoristas dos serviços de saúde do município, essenciais na engrenagem que mantém o SUS funcionando, entregaram uma carta aberta à população.
Nesta comunicação, eles buscam esclarecer o papel fundamental que desempenham na saúde pública. “Você sabia?” – iniciam, destacando o valor de seu trabalho. São os motoristas do SUS que garantem o transporte de vacinas, a condução cuidadosa de pacientes para tratamentos críticos como hemodiálise e fisioterapia, e a entrega de medicamentos às unidades de saúde.
Esses profissionais acordam antes do amanhecer e trabalham bem além do horário do pôr do sol, porém, sua remuneração não reflete a importância de sua função. Revelam a incongruência dos salários, que não competem com os oferecidos mesmo por municípios menores, apesar das exigências para exercer o cargo – como possuir carteira de habilitação categoria D.
A paralisação, que coloca em foco os 44 motoristas concursados, visa chamar a atenção do governo municipal para uma discrepância que se arrasta anos a fio. Eles pedem por uma tabela salarial justa e igualitária, adequada à responsabilidade e à importância de seu trabalho diário.
A carta é um apelo para que o prefeito corrija o que classificam como “uma injustiça histórica”, buscando equidade e valorização para todos aqueles que dirigem pelo bem-estar da população de Várzea Grande.
O movimento dos motoristas vai além de uma demanda por aumento salarial – ele reflete o clamor por dignidade e respeito. A esperança é que esta carta ecoe pelas ruas da cidade e alcance as autoridades responsáveis, trazendo uma solução que honre o serviço vital que esses motoristas prestam à saúde e à comunidade de Várzea Grande.