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Saiba como será o voo que levará o empresário Jeff Bezos ao espaço

Saiba como será o voo que levará o empresário Jeff Bezos ao espaço

O americano Jeffrey Preston Bezos, o Jeff Bezos, 57 anos, o homem mais rico do mundo, dono de um conglomerado que inclui a gigante da tecnologia Amazon e o jornal The Washington Post, vai realizar, no próximo dia 20 julho, um sonho de criança absolutamente compatível com sua fortuna de US$ 198 bilhões, algo em torno de R$ 1 trilhão. Será o primeiro bilionário a viajar para o espaço. E com equipamento próprio: o módulo de cápsula e foguete reutilizável New Shepard, de mais um de seus negócios, a empresa Blue Origin, fundada em 2000 para promovero turismo espacial.

Bezos verá a Terra de longe ao lado do irmão mais novo, Mark, e de um milionário ainda sem identidade revelada, que arrematou a terceira vaga na jornada dias atrás, num leilão, por US$ 28 milhões (R$ 140,6 milhões).

O nome da aeronave não foi escolhido ao acaso: é uma homenagem a Alan Shepard, primeiro norte-americano a ir ao espaço, em 1961. Tampouco a data da viagem – o pouso na Lua realizado em 1969 por Neil Armstrong e Buzz Aldrin completará 52 anos em 20 de julho.

A New Shepard foi testada em 15 voos não tripulados desde 2015, todos bem sucedidos. Bezos, Mark e o vencedor do leilão serão treinados por três dias para a aventura. “Penso nisso desde os cinco anos de idade”, revelou o bilionário nas redes sociais. “Terei agora condição de tornar real o desejo ao lado do meu irmão, também meu melhor amigo”.

Da partida ao retorno à Terra, serão escassos 10 minutos, revela o site da Blue Origin. A New Shepard, com 18 metros de comprimento, será lançada de uma base da empresa no sudeste da cidade americana de El Paso, no Texas. Se tudo ocorrer conforme o planejado, nos primeiros dois minutos ela chegará à velocidade de Mach 3, ou 3.704,4 km/h, três vezes a do som, que é de 1.234,8 km/h.

No terceiro minuto, pouco antes de atingir 99,77 quilômetros de altitude e chegar à Linha de Karman, a fronteira entre a atmosfera terrestre e o espaço, a cápsula em que os três estarão, posicionada na ponta do conjunto, vai se separar do foguete de propulsão.

Neste momento, a sensação de flutuar no ar começará a ser sentida pelo trio, que poderá soltar as fivelas dos cintos e aproveitar a sensação por três minutos. Tudo indica que terão uma bela e inesquecível visão da Terra, pois as janelas da cápsula, atesta a Blue Origin, “são as maiores lançadas até hoje ao espaço”. Voos desse tipo, em que a nave entra no espaço e retorna à atmosfera rapidamente, em minutos, são chamados de suborbitais.

Passados os quatro minutos iniciais, com toda a tripulação novamente presa aos assentos reclináveis pelos cintos de segurança, a cabine, comandada remotamente, iniciará o retorno à Terra. Os três sentirão um baque no instante da entrada na atmosfera e outro, logo depois, com a ação de um retrofoguete que reduzirá a velocidade de aproximação para o pouso.

A New Shepard e seu foguete impulsionador, também controlado à distância, serão recolhidos logo depois em pontos diferentes do solo, fechando a aventura. No minuto sete, o foguete tocará o chão. Dois minutos depois, três grandes paraquedas diminuirão ainda mais a velocidade de chegada da cápsula para o pouso, no décimo e último minuto, à velocidade de 1,6 km/h, numa área desértica do oeste do Texas.

A cápsula é equipada com seis cadeiras revestidas de couro e um sistema espacial de controle de pressão interna, que permitirá a realização da jornada sem as roupas pressurizadas normalmente usadas pelos astronautas.

Bezos deixará oficialmente o cargo mais importante da Amazon, o de Chief Executive Officer (CEO), equivalente ao de Presidente ou Diretor Executivo, em 5 de julho, 15 dias antes da viagem. Na volta de seu rolê vou-ali-e-já-volto pelo espaço, o bilionário pretende dedicar tempo a dois projetos: o jornal The Washington Post, que aprendeu a admirar, e a Blue Origin.

“A Blue Origin foi fundada por Jeff Bezos com a visão de possibilitar um futuro onde milhões de pessoas vivam e trabalhem no espaço para beneficiar a Terra. Acreditamos que a humanidade precisará expandir, explorar, encontrar novas energias e recursos materiais, além de mover as indústrias que castigam a Terra para o espaço”, explica a empresa em sua página na internet. “Estamos trabalhando nisso hoje, desenvolvendo veículos de lançamento parcial, totalmente reutilizáveis e seguros, de baixo custo e capazes de atender clientes civis, comerciais e de defesa”. O chefe resolveu sentir na própria pele os efeitos do primeiro passo. Que, definitivamente, não será pequeno.

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