Os jogos na Eurocopa com público nos estádios fazem renascer, entre dirigentes brasileiros, a esperança de uma retomada dessa movimentação que tanta falta tem feito, mas que se torna impositiva por conta da pandemia de Covid-19.
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Em Criciúma, a última vez que torcedores estiveram no estádio Heriberto Hülse foi em 8 de março de 2020, um domingo, quando 4.261 torcedores assistiram o empate em 0 a 0 contra o Figueirense pelo Campeonato Catarinense. No domingo seguinte (15/3), o Criciúma venceu o Joinville por 1 a 0 na Arena Joinville diante de 2.333 torcedores. Depois, as restrições começaram e nunca mais o Tigre viu torcida no estádio. Nem qualquer outro clube brasileiro.
Agora, surge uma especulação. Ao menos tímida, dos bastidores. – Temos um grupo de presidentes que participam da Série C, e já ouvimos falar nesse grupo que está sendo vista a possibilidade de abrir os jogos ao público, com 20% da capacidade, para jogos da Copa do Brasil – informou o presidente do Criciúma, Anselmo Freitas. A CBF ainda não admite publicamente qualquer estudo nesse sentido, embora algumas sondagens já tenham sido feitas.
Todos precisam concordar
– Se abrir para 20% mesmo, nós do Criciúma, por exemplo, poderíamos abrir o Heriberto Hülse para pouco mais de 3 mil torcedores – projetou. – Pode ser que nos próximos dias haja essa posição. Mas pelo que sabemos da CBF, eles só vão abrir se todos os estados abrirem ao mesmo tempo. Não vai abrir acesso ao público se em algum estado o governador não autorizar – ponderou o dirigente.
Se for realmente uma liberação experimental para a Copa do Brasil, o Criciúma tem interesse, já que é o único catarinense entre os 16 times que disputarão as oitavas de final. Nos próximos dias deve ocorrer o sorteio dos confrontos.
> O Criciúma no caminho da volta por cima
Contra a intenção, vão os números de todo o Brasil. Para exemplificar, Criciúma não fica atrás: somente neste domingo, foram três mortos por Covid-19 na cidade, chegando a 538 óbitos desde o início da pandemia. Criciúma contabiliza 182 pacientes confirmados com Covid-19 internados, 125 em leitos clínicos e 57 em leitos de UTI. Na cidade já foram aplicadas 88.476 doses de vacinas, sendo 67.001 de primeira dose e 21.475 de segunda dose.
Pagando as contas
Mesmo sem público no estádio, o Criciúma vai avançando na Copa do Brasil. Contrastando com o péssimo início de temporada, no qual foi rebaixado à Série B do Campeonato Catarinense, mas na linha da boa arrancada na Série C do Brasileiro, na qual é vice-líder do Grupo B com 7 pontos.
Depois de passar por Marília, Ponte Preta e América (MG), o Criciúma já colocou R$ 5,6 milhões nos cofres, e poderá somar mais R$ 3,4 milhões caso passe pelo próximo adversário.
– Isso nos dá uma sustentação financeira para manter o clube até o fim do ano – avaliou o presidente Anselmo Freitas. – Quando assumimos no início do ano havia um déficit previsto de R$ 6 milhões para a temporada. Com essa receita, estamos alinhando o nosso caixa para pagar a conta dos investimentos que fizemos depois da queda no Catarinense – destacou.
> Uma vitória animadora para o Criciúma
A prioridade: subir no Brasileiro
Mas a prioridade no Heriberto Hülse é clara. – Voltar para a Série B do Brasileiro, só isso vai nos dar o fôlego financeiro para fazer uma boa temporada em 2022 – relatou. O Criciúma que terá outra dura missão na próxima temporada: confirmar o favoritismo na Série B estadual e voltar para a primeira divisão de Santa Catarina em 2023. O clube vem negociando, nos bastidores, uma possível antecipação do calendário da Série B do Catarinense da próxima temporada, para encaixar no seu calendário.
E nessa prioridade de voltar para a Série B nacional, o Criciúma deu mais um passo na manhã deste domingo. Venceu o Ypiranga de Erechim por 2 a 1, com gols de Hygor e Dudu Figueiredo, e saltou para o segundo lugar da chave. O Tigre volta a campo sábado que vem (19), em Barueri, contra o Oeste.
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Colunista
Denis Luciano
Jornalista com longa experiência no rádio e no digital, Denis Luciano aborda os principais assuntos do Sul catarinense, uma das regiões mais relevantes no Estado.
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