O vereador Dilemário Alencar (Podemos) disse nesta segunda-feira (28) que o chamado Prêmio Saúde, conhecido também como “mensalinho”, tem um custo mensal de R$ 4,5 milhões para os cofres da secretaria de saúde da Prefeitura de Cuiabá. Ao ano, esse custo chega a R$ 54 milhões.
“Os recursos do Prêmio Saúde existem para ser pagos exclusivamente para servidores que efetivamente trabalham em atividade fim, como no pronto-socorro, policlínicas e UPAs. Mas desde 2018, boa parte do recurso desse prêmio é gasto com pessoas que foram empregadas na gestão municipal sem a mínima capacidade técnica. Sequer sabem medir a febre de um paciente, conforme denúncia do Ministério Público que culminou com o afastamento do prefeito Emanuel Pinheiro”, disse o vereador Dilemário Alencar.
O parlamentar disse ainda que é comum quando faz fiscalização em unidades de saúde, servidores relatarem que existem pessoas que não comparecem para trabalhar e recebem o prêmio saúde.
“Esse tipo de denúncia, os vereadores da oposição, apontaram no relatório da CPI da Saúde que foi entregue em 2018 a órgãos de fiscalização e investigação, como Ministério Público e Delegacia de Combate a Corrupção. Certamente o resultado desta CPI ajudou na deflagração da Operação Sangria, onde foi preso o ex-secretário da saúde Huark Douglas, que delatou esse esquema que está sangrando os cofres da saúde”, pontuou o vereador.
Neste final de semana o presidente do Sindicato dos Enfermeiros, Dejamir Soares, confirmou a denúncia do Ministério Público de que a regra na gestão do prefeito Emanuel é a de aplicar boa parte dos recursos do Prêmio Saúde para beneficiar cabos eleitorais, onde a maioria desses contratados pelo poder público municipal sequer comparece nas unidades de saúde para trabalhar.
Outra entidade importante que se pronunciou foi o Sindicato dos Médicos de Mato Grosso, onde informou que entregou ao Ministério Público e ao Tribunal de Contas do Estado uma lista de servidores de outras secretárias que recebem o Prêmio Saúde. Na relação são apontados nomes de servidores lotados em pastas como das secretarias de Governo, Comunicação, Planejamento, além da Prefeitura de Campo Verde e da Empresa Cuiabana de Saúde Pública.
“Fica cada vez mais escancarado que recursos do Prêmio Saúde foram usados como canhão politico nas eleições de 2018 e 2020. Se formos somar os valores que já foram pagos com esse prêmio desde 2018, chega à soma milionária de R$ 216 milhões. Sem dúvida boa parte dessa montanha de dinheiro público foi jogada na lata de lixo com contratação de apaniguados políticos. Enquanto isso, pessoas estão perecendo nas unidades de saúde com a falta de remédios, exames e cirurgias”, concluiu o vereador Dilemário Alencar.
BLOG DO PEDRO LUIS
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