A emoção do Euro2020 de futebol foi hoje intensa tanto para Portugal como para a Alemanha, que chegaram a estar virtualmente eliminados da prova, mas conseguiram por fim garantir o apuramento para os oitavos de final.
Ao longo da última ronda do grupo F, que fechou com duplo empate 2-2, no Alemanha-Hungria e no França-Portugal, a tenacidade húngara baralhou as contas e fez com que alemães e lusos estivessem, à vez, ‘apontados’ à porta de saída do torneio.
Na classificação, tudo fechou como se antevia – França, Alemanha e Portugal apurados, por esta ordem – e agora os campeões da Europa seguem para Sevilha, para jogar contra a ‘temível’ Bélgica.
De Sevilha saiu a Espanha, mesmo goleando a Eslováquia por 5-0. Não deu para ganhar o grupo E, em que o primeiro é a Suécia, vencedora da Polónia, por 3-2.
De fora do torneio fica assim uma das grandes figuras do futebol europeu, o goleador Robert Lewandowski, expoente da seleção que Paulo Sousa treinou sem sucesso.
A noite foi intensa de emoções, com os jogos que decorriam à mesma hora em Budapeste e em Munique, com muita coisa em jogo – não só o apuramento, também evitar a Bélgica na ronda seguinte ou a Inglaterra em Wembley.
A França levava vantagem, mas na primeira parte deparou-se com um jogo especialmente acertado de Portugal e acabou por fazer um penálti claro, com Lloris a socar a cara de Danilo, na sua área.
Em mais uma noite de glória, Cristiano Ronaldo converteu, para ficar a um golo do mítico Ali Daei, o mais concretizador na história das seleções. Na segunda parte, viria a igualar o iraniano, novamente de grande penalidade.
Os recordes sucedem-se para o madeirense, que com os dois tentos de hoje chega aos cinco golos no torneio e isola-se na lista de melhores marcadores, com cinco, o que em edições anteriores já deu para ganhar o troféu.
Portugal fez o seu melhor jogo, neste Euro2020, mas ainda assim ‘permitiu’ à França a reviravolta no marcador, antes de fixar o empate – claramente o resultado mais justo, para o que as formações fizeram ao longo de 90 minutos.
As notícias que chegavam da Allianz Arena é que não sossegavam ninguém, já que por duas vezes a Hungria se adiantava no marcador. Por duas vezes também a Alemanha anulou a desvantagem, a ‘repor lógica’ mínima no marcador.
Na eliminação direta, a França fica com a Suíça, em Bucareste, e a Alemanha com a Inglaterra, em Wembley, para um ‘clássico’ que será o único dos ‘oitavos’ em que se mantém o fator casa.
À margem do futebol, a cidade de Munique ‘vestiu-se’ de arco-íris, lembrando a luta da comunidade LGBT+ e contra a UEFA ter impedido a iluminação do estádio Allianz Arena com essas cores, ainda que um ativista tenha conseguido levar uma bandeira ao relvado.
A UEFA tudo tentou para que a ‘política’ não entrasse muito no torneio, mas não conseguiu que, à margem do estádio, fosse mesmo essa a imagem que perdurou, hoje. De alguma forma, ‘cedeu’ e acabou por usar o símbolo LGBT+ na internet, o que nada agradou aos governantes húngaros.
Muito criticado em vários quadrantes pela recente legislação repressiva nessa matéria, o primeiro-ministro húngaro, Victor Urban, não gostou e cancelou a ida a Munique.
Menos emoções no grupo E, com a Espanha a resolver a sua sorte em bom ritmo, com goleada sobre a Eslováquia, a mais fraca seleção do grupo. Com os 5-0 de hoje, a ‘Roja’ limpou a imagem dos dois empates anteriores, que fizeram com que chegasse a este dia ainda sem o apuramento assegurado.
A Espanha sai de Sevilha e vai até Copenhaga, para um jogo teoricamente mais complicado, contra a Croácia, vice-campeã mundial.
A Suécia, a jogar em São Petersburgo, ganha o grupo, com o 3-2 à Polónia, e atira a seleção de Paulo Sousa para o último lugar. Vai agora defrontar a Ucrânia, em Glasgow.
Nas contas dos terceiros, Portugal foi o melhor e apura-se a par de República Checa, Suíça e Ucrânia. São eliminados Finlândia e Eslováquia.