O 6º levantamento da safra de grãos da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), divulgado nesta terça-feira (12), apontou prejuízo ainda maior dos produtores mato-grossenses em relação ao estudo divulgado há um mês. Agora, a perspectiva é de produção atingir 85,2 milhões de toneladas, ou seja, 1,2 milhão de toneladas a menos. Em relação à safra passada é esperada 15,6% de colheita ser menor, produtividade 13,9% menor e redução de 2% na área plantada.
Das 8 culturas de verão, sorgo, arroz e algodão são os únicos com a produção em alta e gergelim deve se manter no ritmo do ano passado. Por outro lado, a previsão é na redução da produção de soja em 17,6%, milho de 16,1%, 3,1% a menos de feijão e girassol (-0,8%).
No país, a safra de grãos deverá atingir 295,6 milhões de toneladas, uma queda de 7,6% no resultado obtido no ciclo anterior, ou seja, 24,2 milhões de toneladas a menos a serem colhidas. A queda é reflexo, principalmente, da redução em torno de 7,1% na produtividade média esperada, que sai de 4.072 quilos por hectare para 3.784 kg/ha.
Desde o início da presente safra até meados de dezembro, as condições climáticas foram variáveis e desfavoráveis nas principais regiões produtoras. Essas instabilidades climáticas provocaram perdas significativas na produtividade das culturas, sobretudo na da soja, principal produto cultivado no período. A área cultivada também deve ser diminuída, mas em um percentual menor em torno de 0,5%, projetada em 78,1 milhões de hectares.
Com uma colheita que atingiu, no início de março, 47,9% da área semeada, a soja pode registrar uma produção de 146,9 milhões de toneladas, redução de 5% sobre a safra anterior. De acordo com o documento, a queda verificada se deve às baixas precipitações e às temperaturas acima do normal nas principais regiões produtoras. No entanto, em locais em que o grão foi semeado mais tardiamente as precipitações têm favorecido o desenvolvimento das lavouras.
Com os trabalhos de colheita da soja avançando, o plantio do milho segunda safra ocorre dentro da janela nos principais estados produtores, como Mato Grosso e Paraná. Ainda assim, a área destinada para a cultura deve cair 8,3%, estimada em 15,76 milhões de hectares. As condições climáticas têm favorecido a implantação do cereal, com exceção de parte de Mato Grosso do Sul. A expectativa é que apenas na segunda safra sejam colhidas cerca de 87,35 milhões de toneladas do grão. A colheita da primeira safra, quando são esperadas 23,41 milhões de toneladas, já atinge 32,9% da área cultivada. A produção total do cereal está estimada em 112,75 milhões de toneladas.
Com o novo ajuste na produção de soja, as exportações também serão reduzidas em 1,83 milhão de toneladas, saindo de uma estimativa de 94,16 milhões de toneladas para 92,33 milhões de toneladas. Diante desse cenário de quebra de safra atual, as projeções de importações também foram aumentadas de 200 mil toneladas para 800 mil toneladas. Para o milho e arroz, as projeções permaneceram praticamente estáveis.
FONTE: https://odocumento.com.br/