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No dia 13 de julho, o mundo homenageia o Rock n Roll. Confira quando a data surgiu.

No dia 13 de julho, o mundo homenageia o ritmo musical mais revolucionário de todos: o Rock n Roll. A data surgiu quando o primeiro Live Aid foi celebrado, em 1985. O evento foi um festival de música beneficente, destinado a arrecadar fundos para as vítimas da fome na África. Os shows principais aconteceram no estádio John F. Kennedy na Filadélfia, EUA, e em Wembley, em Londres, na Inglaterra. Além disso, um número menor de artistas também se apresentou na Rússia, na Austrália e no Japão. No total, os concertos reuniram mais de 200 mil pessoas, e estima-se que eles foram assistidos ao vivo por mais de 1,5 bilhão de telespectadores de mais de 100 países. Na ocasião, Phil Collins, vocalista da banda Genesis declarou aquele como o “Dia do Rock”.

Mas a data não é tão mundial assim. “Nem os americanos nem os ingleses levaram a sério. Só brasileiros e as rádios rock do Brasil, desde aquela época, passaram a considerar esse o Dia do Rock”, explica o cantor, radialista, compositor ícone oitentista e jornalista Kid Vinil,  autor do livro Almanaque do Rock.

LIVE AID 1985 – UM MEGA EVENTO DE ROCK AND ROLL EM PROL DA FOME NO MUNDO

O projeto, no entanto, começou um ano antes. Líder da banda de punk rock The Boomtown Rats, Geldof assistiu a um documentário da britânicaBBC sobre a fome no país africano, que, entre 1983 e 1985, foi responsável pela morte de mais de 400 mil pessoas. Impressionado com a situação de miséria no país, o músico resolveu mobilizar a comunidade rock´n´roll para conseguir alguma ajuda. Surgia a ideia do single Do They Know It´s Christmas? , gravado por artistas de peso, sob o nome Band Aid, que se tornou uma das canções com vendagem mais rápida da história da música.

Reunindo quase quarenta artistas, o single para caridade, idealizado por Gendolf em parceria com o guitarrista escocês Midge Ure, foi gravado no dia 25 de novembro de 1984, nos estúdios Sam West, em Londres, e acabou lançado apenas quatro dias depois. No line-up nomes como Paul McCartney, Bono, George Michael, Phil Collins, Sting, David Bowie, Boy George, entre muitos outros.

Mas Gendolf queria mais: mais visibilidade, mais músicos, mais dinheiro arrecadado. Surgia o Live Aid, um dos mais emblemáticos concertos da história do rock, realizado simultaneamente no Estádio de Wembley, em Londres, e no Estádio John F. Kennedy, na Filadélfia. Nos palcos, mais de 20 dos maiores nomes da música mundial, se apresentando ao vivo, por transmissão televisiva para uma audiência estimada em quase 2 bilhões de pessoas ao redor de 150 países.

Nenhum concerto antes havia reunido tantos artistas famosos do passado e do presente. Entretanto, à última hora, alguns músicos já anunciados acabaram não aparecendo, como Tears For Fears e Cat Stevens, enquanto Prince mandou em seu lugar um videoclipe da canção “4 The Tears In Your Eyes”. Stevens compôs uma canção especialmente para o evento, que nunca chegou a apresentar – se o tivesse feito, seria seu primeiro concerto público após sua conversão ao islamismo. o Deep Purple também deveria se reunir para o evento, mas Ritchie Blackmore recusou-se a participar.Mick Jagger pretendia originalmente se apresentar nos EUA num dueto intercontinental com David Bowie em Londres, mas problemas de sincronismo impossibilitaram a tarefa. Ao invés disso, Jagger e Bowie criaram um videoclipe da canção que apresentariam juntos, uma versão de “Dancing In The Street”. Jagger ainda se apresentou com Tina Turner na seção estadunidense do concerto.

Além da mítica reunião do Led Zepellin – com três bateristas convidados, incluindo Phil Collins -, se apresentando pela primeira vez desde a morte de Jon Bonhan, em 1980, o evento reuniu nos dois países nomes como Elton John, The Who, Queen, Dire Straits, Sting, David Gilmour, Joan Baez, Black Sabbath, Neil Young, Duran Duran, Eric Clapton, Madonna, Santana, Neil Young, Mick Jagger, Judas Priest, The Beach Boys, etc. Juntos, eles acabaram tornando a data eterna para o rock.

Durante os concertos os telespectadores eram chamados a contribuir com a causa do Live Aid. Trezentas linhas telefônicas foram disponibilizadas pela BBC para permitir que doações fossem feitas por cartão de crédito. O número de telefone e o endereço para o envio de cheques eram repetidos a cada vinte minutos.

Quase sete horas depois do início do concerto em Londres, Bob Geldof foi informado de que o montante recebido não passava de 1,2 milhão de libras. Geldof ficou desapontado, e se dirigiu à cabine de transmissão da BBC. Aparecendo depois de uma performance do Queen que ele definiu mais tarde como “absolutamente fantástica”, Geldof deu uma entrevista que se tornaria célebre. Erroneamente creditado posteriormente por ter dito “Apenas nos dê o dinheiro, porra”, Geldof na verdade declarou, “Pessoas estão morrendo NESTE MOMENTO. Nos dê o dinheiro AGORA. Me dê o dinheiro agora”. O apresentador da BBC, David Hepworth, tentou então divulgar um endereço para onde as doações poderiam ser enviadas. Geldof o interrompeu, gritando “Foda-se o endereço, dê só o telefone, aqui está o número…”. Depois de sua aparição, as doações aumentaram para 300 libras por segundo.

No final da tarde, após o set de David Bowie, um vídeo produzido pela CBC foi exibido às plateias em Londres e Filadélfia, assim como nas TVs ao redor do mundo, mostrando crianças etíopes famintas e doentes, com a canção “Drive” do The Cars ao fundo. Após a exibição a proporção de doações foi a mais alta obtida pelo evento. Ironicamente, Geldof se recusara a exibir o vídeo devido à limitações de tempo, e só concordou quando Bowie se ofereceu para encurtar sua apresentação.

Como Geldof mencionou durante o concerto, a República da Irlanda foi a maior doadora per capita, apesar de estar passando por uma grave crise econômica na época. A maior doação individual foi feita pela família real de Dubai. Eles doaram 1 milhão de libras numa conversa telefônica com Bob Geldof.

No dia seguinte os jornais noticiaram que o montante arrecado estava entre 40 e 50 milhões de libras. Atualmente estima-se que esse número tenha chegado a 150 milhões, como resultado direto dos concertos.

Além do legado que deixou, o Live Aid também se tornou uma importante grife para a música. Em celebração aos 20 anos do evento, foi realizado, em 2005, novamente com organização de Gendolf, um novo show beneficente, desta vez para arrecadar fundos para todo o continente africano. O Live 8 foi realizado simultaneamente na África do Sul e nos países do G8 – EUA, Reino Unido (na Inglaterra e na Escócia), Alemanha, Rússia, Canadá, França e Itália. Mais uma vez, o espetáculo foi transmitido ao vivo para o mundo inteiro.

5 GRANDES MOMENTOS DO LIVE AID

Queen

Os 25 minutos da banda de Freddie Mercury no Live Aid londrino tornaram-se de fato históricos. o grupo tinha uma vantagem em relação a boa parte dos outros astros do concerto: a intimidade com estádios e grandes multidões. Dessa forma eles montaram um setlist com sucessos e canções recentes de grande impacto e intensidade – algumas em forma abreviada.

Não demorou muito para todos perceberem que eles estavam basicamente roubando o espetáculo e ainda hoje é difícil não se impressionar com o público acompanhando Mercury em “Radio Ga Ga” e “We Are The Champions”

– U2

Não se pode dizer que o U2 era uma banda exatamente desconhecida em 1985. Eles já haviam emplacado dois discos no topo da parada britânica e chegado ao top 20 americano. Mas o impacto da performance deles no festival é difícil de ser mensurado. A banda entrou no palco de Wembley com a clara de missão de deixar a sua marca, e conseguiu.

No dia seguinte era bastante comum ver gente perguntando sobre aquela “banda da Irlanda” e eles certamente foram uma das grandes unanimidade de todo o evento, impressionando tanto os mais jovens como o público de mais idade, que pelo visto encontrou neles uma banda “nova” com a qual também podiam se identificar.

Curiosamente, eles deveriam ter tocado três canções, mas Bono resolveu fazer algo que era tradição nos shows da banda: descer do palco e dançar com uma garota da plateia, o que, obviamente causava um alongamento da música que estava sendo tocada. Dessa forma, “Bad” acabou com mais de dez minutos e o tempo deles se esgotou. Felizmente, as duas músicas que eles mostraram foi mais do que suficiente para que o show nunca mais fosse esquecido.

 

-Led Zeppelin

O Live Aid também tornou alguns reencontros possíveis. O Black Sabbath se apresentou com sua formação original pela primeira vez em sete anos, Paul McCartney voltou ao palco depois de uma longa ausência e Neil Young também se apresentou ao lado de seus antigos companheiros do Crosby Stills and Nash.

Mas obviamente nada chegou perto da reunião do Led Zeppelin pela primeira vez desde o final da banda em 1980. Robert Plant, Jimmy Page e John Paul Jones tocaram três clássicos da banda. O lugar do falecido baterista John Bonham foi ocupado por Phil Collins e Tony Thompson (do Chic) e o baixista Paul Martinez também estava com eles no palco.

Apesar da performance ser no mínimo digna, os integrantes da banda não ficaram satisfeitos com ela e proibiram a sua inclusão no DVD do festival.

– Phil Collins

Outro nome que sempre estará ligado ao Live Aid é Phil Collins. Não só por suas performances ou por ter participado de outros shows do festival, mas por ele ter conseguido a proeza de ter conseguido tocar tanto em Londres quanto na Filadélfia – graças a uma ajuda do fuso horário e do avião Concorde. A sua viagem se tornou uma parte importante da transmissão televisiva dos shows – em vários momentos um apresentador dizia durante a transmissão quanto tempo faltava para o músico chegar nos Estados Unidos.

– The Cars

A performance dos americanos do The Cars nos EUA pode não ter ficado tão marcada. Ainda assim a banda também para sempre terá seu nome associado ao Live Aid. Isso porque foi a balada “Drive” usada para acompanhar o marcante, e sempre triste, vídeo com imagens das crianças famintas que foi mostrado durante a transmissão dos concertos.

Bônus

Algumas músicas foram lançadas com o objetivo de arrecadar fundos para a causa maior do Live Aid: o combate à fome que assolava a África. Mas a grande canção, que é lembrada até hoje como o símbolo dessa luta é “We Are The World”, composta por Michael Jackson e Lionel Richie, que contou com a participação de grandes nomes da música pop/rock como Cyndi LauperTina TurnerDiana Ross e Stevie Wonder.

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