Natasha Slhessarenko garante que todas vacinas são eficientes contra formas graves.

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Todas têm eficácia em torno de 90% contra as formas graves da doença, mas o uso das máscaras ainda continua sendo obrigatório para todos, inclusive para os que já tomaram as duas doses da vacina.

A vacinação contra a Covid-19 tem gerado dúvidas sobre a eficácia de cada imunizante. Para falar sobre o assunto, o Mato Grosso Saúde conversou com a médica pediatra e patologista Natasha Slhessarenko, que é credenciada ao plano de saúde pela clínica Vida,ela assegura que todas as pessoas devem tomar qualquer vacina disponível nos postos.

 

“Quanto a eficácia, todas as vacinas têm alta eficiência contra as formas graves da doença, portanto, precisamos conscientizar a população da importância de se vacinar contra a Covid-19, evitando com isso, as formas graves, que são as que podem levar ao óbito”, frisou.

O Brasil conta atualmente com quatro vacinas aprovadas para a população: CoronaVac, Astrazeneca, Pfizer e Janssen. Existem diferenças na eficácia de cada uma contra qualquer forma da Covid-19. Mas, Natasha explica que todas são eficientes contra as formas graves. “Acima de 85% qualquer uma delas. Então, todas são boas sim! E qual tomar? A que estiver disponível no dia da sua vacinação”, enfatiza a médica.

Confira a entrevista:

Se eu já peguei a doença, mesmo assim preciso tomar a vacina? Já não estou com anticorpos?

Dra. Natasha Slhessarenko: As vacinas não são esterilizantes, ou seja, não impedem que o indivíduo pegue o vírus. Desta forma, a pessoa vacinada pode sim ser infectada, mas as vacinas ajudam para que o quadro sintomático da doença não apareça ou não evolua para as formas mais graves ou óbito.

Assim sendo, mesmo aqueles que já tiveram a doença e têm um certo grau de imunidade, devem tomar a vacina, pois ela funciona como um reforço no aumento das taxas de imunidade, mesmo porque, não se sabe por quanto tempo a pessoa fica protegida da doença.

A vacinação contra esse vírus acontecerá somente durante o surto pandêmico ou entrará para o calendário vacinal anual, como a vacinação contra a gripe?

Dra. Natasha Slhessarenko: Pelo que conhecemos da gripe, que também é causada por um vírus transmitido pelo ar, a vacinação contra o coronavírus deverá fazer parte do calendário anual. O vírus da Covid-19 veio para ficar. Não conseguiremos nos livrar dele e, certamente, entrará para o calendário oficial das imunizações feitas anualmente. Os casos diminuirão, mas a doença vai se manter de maneira endêmica.

A vacinação contra a gripe está sendo realizada em todo o território nacional. Todos podem tomar a vacina ou é recomendado esperar o ciclo vacinal completo da vacina da Covid-19? Existe um prazo para se tomar a vacina contra influenza e contra o coronavírus?

Dra. Natasha Slhessarenko: Prefira fazer o esquema completo da Covid-19! Faça o esquema completo para Covid-19 e faça a vacina da gripe 14 dias após o término do esquema para o coronavírus. Entretanto, se você tomar a Astrazeneca ou Pfizer, que possuem três meses de intervalo entre uma dose e outra, você pode tomar a da gripe nesse período, lógico, respeitando esses 14 dias entre as vacinas.

Já podemos pensar em dispensar o uso das máscaras e demais medidas protetivas?

Dra. Natasha Slhessarenko: Muito embora a vacinação esteja avançando em todo o país, ainda não é hora de abandonar o uso das máscaras.

Poderemos pensar nessa situação quando tivermos, pelo menos, 70% da população, ou mais, com as duas doses aplicadas, aí sim poderemos pensar em dispensar o uso de máscaras em ambientes abertos, porque a partir desse momento teremos a diminuição da circulação do vírus. Por enquanto o vírus circula muito por ter muita gente ainda desprotegida.

As demais medidas protetivas como, manter distanciamento social, não fazer aglomerações, preferir ambientes ventilados, lavar com frequência as mãos e, ao menor sintoma, se isolar, procurar um médico e fazer o exame, continuam valendo para todas as pessoas.