A receita dos 20 maiores times brasileiros caiu 19,5% em 2020. Passou de R$ 6,1 bilhões para R$ 5,1 bilhões. O rombo recorde, no entanto, poderia ter sido pior se o câmbio não tivesse favorecido a venda de jogadores a times estrangeiros.
Em janeiro de 2020, o euro era cotado a R$ 4,50. No dia 31 de dezembro, tinha aumentado para R$ 6,37, alta de 41,55%.
Dessa forma, apesar da pandemia, 2020 foi o 2º melhor ano da história em valores arrecadados com a transferências de jogadores para o exterior, sobretudo para a Europa. Resultou em R$ 1,51 bilhão em de arrecadação para os times. Ainda assim, houve queda de 4,7% em relação à de 2019, quando o valor bateu R$ 1,6 bilhão.
Esse cenário contrasta com o que a Fifa registrou no mercado global de transferências, que teve queda de 23% em 2020.
Caso as negociações de jogadores para fora do país não fossem realizadas, a queda de receitas seria de 26%. É o que mostra relatório da Sports Value.
Para Amir Somoggi, sócio da empresa, a maior agressividade na venda dos jogadores foi uma aposta dos times para tentar compensar a queda global, bastante agravada pelo não pagamento das cotas de televisão e pela perda de receitas com bilheterias e jogos. “Não é uma receita recorrente”, diz. Amir destaca a imprevisibilidade do aparecimento de jogadores mais valiosos.
Leia a evolução das receitas dos 20 maiores times do país:
Divisão
A venda de jogadores respondeu por 31% da receita em 2020, maior taxa da história. Em 2019, essa fonte foi de 27%. E 24% em 2018. Eis de onde veio a renda dos times em 2020:
- TV & premiações: 34%;
- transferências: 31%;
- social & amador: 12%;
- patrocínio & publicidade: 11%;
- bilheteria: 2%;
- outros: 10%.
Dívidas bilionárias
O total devido pelos clubes aumentou para R$ 10,25 bilhões em 2020. O Atlético-MG é o único que, sozinho, passa do bilhão: R$ 1,2 bilhão. Na sequência aparecem Cruzeiro (R$ 962,5 milhões), Corinthians (R$ 949,2 milhões) e Botafogo (R$ 946,2 milhões).
A Raposa e o Alvinegro carioca estão na Série B do Brasileirão, o que complica ainda mais a situação, já que as cotas televisivas da 2ª divisão nacional são menores. Além disso, as torcidas tendem a se engajar e consumir menos produtos dos clubes, quando a fase é desfavorável.
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