Tarcísio Freitas, ministro da Infraestrutura, citou o projeto mato-grossense em live que discutiu o potencial e as oportunidades que o aumento das ferrovias pode gerar para o Brasil.
Marco no desenvolvimento econômico de Mato Grosso e crucial para a ampliação da malha viária brasileira, a primeira ferrovia lançada pelo Governo do Estado, cuja construção foi anunciada pelo governador Mauro Mendes na última segunda-feira (19.07), deverá servir de exemplo para outras unidades da Federação.
A avaliação é do ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, que destacou a importância das iniciativas estaduais frente às dificuldades que o Governo Federal tem enfrentado para destravar legislações federais.
“Eu entendo que sim [outros estados podem seguir o exemplo de MT]. As leis estaduais são excelentes iniciativas. A extensão que está sendo promovida pelo Governo de Mato Grosso é muito bem-vinda, porque no final das contas a gente aumenta a área de influência da ferrovia, permite buscar cargas mais longe, vai aumentar a quantidade de TKU [Tonelada Quilômetro Útil] dentro da ferrovia e isso é uma coisa interessante. Não vejo ali nenhum tipo de desconexão com a política nacional ferroviária”, defendeu o ministro, durante live promovida pelo Valor Econômico, em parceria com a Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários (ANTF).
A ferrovia estadual, que é uma obra pioneira e histórica em Mato Grosso, vai interligar Cuiabá a Rondonópolis, bem como Rondonópolis com Nova Mutum e Lucas do Rio Verde, além de se conectar com a malha ferroviária nacional.
Serão 700 km de extensão, a serem construídos pela empresa que sair vencedora do edital. Foi definido o modelo privado de exploração, pois nesse formato o Estado faz a chamada pública e as empresas se habilitam a participar de seleção para fazer os investimentos, por sua conta e risco. A empresa vencedora deve aplicar cerca de R$ 12 bilhões no modal.
A obra
Com o anúncio, as empresas interessadas terão 45 dias para apresentar propostas. O investimento estimado é de R$ 12 bilhões e a vencedora terá prazo de 45 anos para operar.
O objetivo do modal é integrar o Estado com o sistema federal de ferrovias e com os demais estados; integrar os modais logísticos de Mato Grosso; reduzir o custo para transporte da produção, com mais competitividade; ampliar a circulação de produtos e ampliar alternativas para o transporte da produção.
A obra será iniciada em até seis meses após a emissão da licença ambiental de instalação. A previsão é que o Terminal de Cuiabá seja concluído até o 2º semestre de 2025 e o de Lucas do Rio Verde até o 2º semestre de 2028.
Estudos realizados pela Secretaria de Estado de Infraestrutura e Logística (Sinfra) apontam que a implantação da ferrovia vai impactar diretamente 27 municípios de Mato Grosso. Além de Primavera do Leste, Lucas do Rio Verde, Novam Mutum, Cuiabá e Rondonópolis, que receberão os terminais, as cidades de Juscimeira, São Pedro da Cipa, Jaciara, Santo Antônio do Leverger, Várzea Grande, Chapada dos Guimarães, Rosário Oeste, Nobres, Diamantino, Sorriso, Sinop, Vera, Nova Ubiratã, Santa Rita do Trivelato, Paranatinga, Planalto da Serra, Nova Brasilândia, Campo Verde, Poxoréu, São José do Povo e Pedra Preta também serão beneficiados, pois poderão se utilizar dos terminais da ferrovia.