Mendes ressaltou que há algo “estranho” no leilão, mencionando que entre as empresas vencedoras estavam uma sorveteria e uma locadora de automóveis. A Foco Corretora, que representou quatro das empresas vencedoras, pertence a Robson Almeida de França, ex-assessor de Neri Geller.
“Não coloque o nome de Mato Grosso; são pessoas que, se cometeram algum crime, devem ser investigadas. Os indícios, no mínimo, são estranhos. Mas eu não quero cometer nenhuma injustiça de condenar alguém. Quem tem que investigar, dizer se está certo ou não, são os órgãos responsáveis por isso”, disse Mendes.
O leilão, realizado como resposta às perdas de safra de arroz causadas pelas enchentes no Rio Grande do Sul, tinha como objetivo a compra de 263 mil toneladas do grão, totalizando mais de R$ 7 bilhões. No entanto, devido às suspeitas de irregularidades, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) decidiu anular o certame.
Mendes destacou a peculiaridade das empresas vencedoras: “Eu, como qualquer cidadão, vejo com certa estranheza o tipo e perfil das empresas ganhando um leilão de tamanho vulto, como foi o leilão de arroz”.
O desgaste provocado pelas suspeitas levou à convocação de Neri Geller e do ministro da Agricultura, Carlos Fávaro (PSD), para prestarem esclarecimentos à Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Câmara Federal.
A investigação está em andamento e busca esclarecer as possíveis irregularidades no processo de seleção das empresas vencedoras do leilão, além de examinar o papel de indivíduos envolvidos.
O leilão foi uma resposta à crise agrícola enfrentada pelo Rio Grande do Sul, o maior produtor de arroz do país, afetado por severas enchentes. O objetivo era garantir o abastecimento do grão no mercado interno, mas as suspeitas de fraude lançaram dúvidas sobre a transparência do processo.
FONTE:https://odocumento.com.br/