Dois postos de combustíveis em Cuiabá, fechados durante a Operação Jumbo em 2022, foram autorizados a retomar suas atividades pelo Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT). A operação, conduzida pela Polícia Federal, visava desarticular uma organização criminosa que usava os postos para lavar dinheiro proveniente do tráfico de drogas. A rede seria comandada por Tiago Gomes Souza, conhecido como “Tiago Baleia”, que teria movimentado cerca de R$ 350 milhões.
A decisão foi tomada pela Turma de Câmaras Criminais Reunidas do TJMT no dia 15 de agosto. Por maioria, os magistrados seguiram o voto do desembargador Luiz Ferreira da Silva e permitiram a reabertura dos postos Jumbo e Atalaia, localizados na rodovia Palmiro Paes de Barros. Em seu voto, o desembargador destacou que o fechamento dos postos prejudicaria o cumprimento das obrigações legais das empresas, além de afetar funcionários e fornecedores.
“Votei pela concessão parcial da ordem, tal como fizemos em outro julgamento semelhante, para suspender a decisão que determinou o encerramento das atividades empresariais até que o recurso de apelação seja julgado”, afirmou o desembargador, cujo posicionamento foi seguido pela maioria dos colegas.
Esquema de lavagem de dinheiro
A Operação Jumbo foi deflagrada em 2022 contra uma organização criminosa que utilizava postos de combustíveis para lavar dinheiro do tráfico internacional de drogas. Entre os alvos estão os postos Petrox, na Avenida Miguel Sutil, e os postos Jumbo e Atalaia. Os empreendimentos, conforme as investigações, pertencem a Tiago Gomes de Souza, que teve sua prisão preventiva mantida recentemente pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
De acordo com a Polícia Federal, “Tiago Baleia” teria criado empresas de fachada para movimentar grandes quantias de dinheiro ilícito. Os documentos da investigação revelam que ele adquiriu dois postos de combustíveis, avaliados em R$ 5 milhões cada, para lavar dinheiro do tráfico de drogas.
Em junho de 2023, a 7ª Vara Criminal de Cuiabá ordenou o fechamento de seis empresas, bloqueou contas bancárias e determinou a alienação antecipada dos bens de seus proprietários. Dentre as empresas afetadas, estava a Petrox Comércio de Combustíveis Ltda., apontada como uma das principais no esquema.
Após a decisão judicial, as empresas Petro SM, Jumbo e Atalaia recorreram, solicitando a reabertura dos estabelecimentos. Argumentaram que as empresas eram juridicamente distintas e que o fechamento impactava diretamente a operação dos postos. Com a decisão da Turma de Câmaras Criminais Reunidas, os postos Jumbo e Atalaia poderão voltar a operar enquanto o recurso de apelação não for julgado.
FONTE:https://odocumento.com.br/