A Itália bateu hoje a Espanha nos penáltis (4-2) e está na final do Euro2020 de futebol, depois de uma primeira meia-final em que os espanhóis não lograram materializar a sua superioridade nos 120 minutos, em Wembley.
A Espanha teve mais tempo a bola e criou mais e melhores oportunidades ao longo do encontro, mas só concretizou uma, aos 80 minutos, por Álvaro Morata, já depois de se encontrar em desvantagem, culpa de um grande golo de Federico Chiesa, aos 60.
No desempate, os transalpinos até começaram da pior forma, com Locatelli a permitir a defesa a Unai Simón, mas, no pontapé seguinte, Dani Olmo atirou para as ‘nuvens’ e, ao oitavo, Donnarumma ‘agigantou-se’ perante Morata e também defendeu.
Com o apuramento nas ‘mãos’, o ítalo-brasileiro Jorginho mostrou enorme frieza e encostou a bola para a baliza, para o lado esquerdo de Unai Simón, que ficou imóvel, a meio, sem reação, qualificando a Itália para uma quarta final.
A ‘squadra azzurra’, que soma quatro títulos mundiais (1934, 1938, 1982 e 2006), vai tentar somar o segundo cetro europeu, face a Inglaterra ou Dinamarca, que se defrontam na quarta-feira, depois da vitória de 1968 e de duas derrotas nas duas últimas finais, face a França (2000) e Espanha (2012).
Em relação aos ‘quartos’, Roberto Manici só trocou o lesionado Spinazzola por Emerson, na esquerda da defesa, enquanto Luis Enrique fez três alterações, colocando Eric García, Dani Olmo e Oyarzabal em vez de Pau Torres, Sarabia (lesionado) e Morata.
O sétimo encontro entre os dois conjuntos numa fase final do Europeu começou equilibrado, com ambos a pressionarem muito alto, mas rapidamente a Espanha assumiu o comando, ao conseguir ter quase sempre a bola.
A primeira grande ocasião aconteceu aos 13 minutos, com Busquets a tocar para Pedri e este a isolar Oyarzabal, que, na ‘cara’ de Donnarumma, falhou a receção e não conseguiu rematar, ao contrário de Ferran Torres, que, aos 15, falhou a baliza.
Os italianos apareceram pela primeira vez em duas jogadas de Insigne, um livre, aos 18, que Unai Simón intercetou, e um passe para Emerson, aos 21, com saída falhada do guarda-redes espanhol, não aproveitada por Immobile e Barella. Busquets salvou.
Aos 25 minutos, a Espanha teve grande oportunidade, novamente com ação de Busquets, Pedri e Oyarzabal, com a bola a sobrar para Dani Olmo, que ganhou um ressalto a Bonucci, isolou-se e atirou para grande defesa de Donnarumma.
Oyarzabal ainda voltou a tentar, aos 39 minutos, mas a parte final da primeira parte foi mais equilibrada e acabou com um remate de Emerson à barra, sobre a esquerda, aos 45, depois de um passe de Insigne, que recebeu a bola em posição duvidosa.
Immobile fez o primeiro remate da segunda parte, aos 49 minutos, mas a Espanha continuou por cima, com Di Lorenzo a fazer cortes preciosos, aos 50 e 57, Busquets a atirar pouco por cima, aos 52, e Oyarzabal para defesa segura de Donnarumma, aos 58.
Pelo meio, aos 53 minutos, Chiesa testou Unai Simón, para, aos 60, inaugurar o marcador: num contra-ataque, Laporte cortou perante Immobile, mas a bola sobrou para jogador da Juventus, que se enquadrou e colocou a bola junto ao poste esquerdo.
A Itália trocou Immobile por Berardi e a Espanha, com Morata no lugar de Ferran Torres, foi em busca do empate, que Oyarzabal teve na cabeça, após soberbo passe de Koke, aos 65 minutos, e Dani Olmo também ameaçou, aos 67, atirando ao lado.
Mais balanceados para o ataque, os espanhóis também davam mais espaço atrás e, aos 68 minutos, Berardi, isolado por Chiesa, poderia ter marcado o segundo, valendo os pés de Unai Simón.
Depois, entraram Gerard Moreno (por Oyarzabal) e Rodri (Koke), na Espanha, e Pessina (Verratti) e Tolói (Emerson), na Itália, que voltou a tentar o segundo por Berardi, aos 80 minutos, desta vez para defesa fácil do guarda-redes espanhol.
A Espanha chegou ao empate de imediato: Laporte lançou pelo meio do terreno Morata, que acelerou rumo à área italiana, tabelou com Dani Olmo e, na cara de Donnarumma, colocou a bola com classe junto ao poste direito.
Na parte final, os espanhóis continuaram melhor, com Busquets a cabecear ao lado, na sequência de um canto em que Donnarumma saiu mal, aos 82 minutos, e com Morata a ganhar a bola na frente e a servir Gerard Moreno, que rematou muito mal, aos 84.
Pouco depois, Mancini lançou Locatelli e Belotti, tirando Barella e Insigne, e Luis Enrique respondeu com Marcos Llorente no lugar de Azpilicueta.
A primeira parte do prolongamento foi um ‘monólogo’ ofensivo da Espanha, que se instalou junto à área contrária e criou duas boas situações para marcar, mas Morata (98 minutos) e Marcos Llorente (102) acertaram no em posicionado Chiellini.
Já com Thiago e Pau Torres, na Espanha, e Bernardeschi, na Itália, a segunda metade ficou marcada por dois cortes preciosos do central do Villarreal, anulando duas iniciativas de Berardi (110 e 115 minutos), que pautaram uma Itália revigorada.
Nos penáltis, Unai Simón e Donnarumma pararam, cada qual, um pontapé, respetivamente de Locatelli (primeiro da ‘lotaria’) e Álvaro Morata (oitavo), com a diferença a ser feita por Dani Olmo, que atirou por cima (segundo). Jorginho selou o 4-2.