Influência, guerra e seus efeitos – Foco na Ucrânia

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As relações internacionais são complexas. O jogo de influências, política de bastidores, disputas democráticas e tensões comerciais são apenas o primeiro passo para se compreender o nível de profundidade histórico e cultural, que movem nações soberanas e independentes. O povo apresenta demandas, as bases produtivas avançam e o capital se desenvolve na medida que a tecnologia intensifica e amplia os variados modelos de troca e circulação. Nesse cenário, conflitos e confrontos são efeitos esperados, mas não desejados – ao menos pela diplomacia institucional.

 Sabe-se que a formação e atuação de um Estado soberano e independente não se move apenas em seu aspecto diplomático. As contradições internas de um país se conectam com as contradições externas das relações entre os países. Diante disso, olhares analíticos polarizados pouco contribuem com a compreensão do fenômeno observado. Fato é, distante do fogo beligerante, o lugar de compreensão se torna privilegiado. Os sentimentos daqueles que estão em enfrentamento direto no combate da guerra, não podem ser desrespeitados por percepções levianas, idealistas e partidaristas.

O conflito entre Rússia e Ucrânia, mais do que nunca, suscita afastamento das percepções rasas, vazias e superficiais. É preciso entender que, na busca por garantir a soberania e independência não há vilões nem mocinhos, mas governos empenhados na representação de interesses econômicos, cidadãos pegos de surpresa e muitos hipócritas que declaram guerra, mas se distanciam dos efeitos nocivos que ela causa na saúde mental, social e biológica das pessoas. Não há guerra por “motivos justos”, a violência beligerante jamais será resposta para solucionar problemas estruturais causadores de miséria, censura e medo.

A história demonstrou os impactos negativos gerados pelas guerras, sejam elas envolvendo países europeus (que ocupam maior cobertura midiática) ou conflitos nos países periféricos e regiões distantes de grandes centros capitalistas financeiros. A lógica produtiva da guerra se caracteriza em concentração de riqueza e distribuição de mazelas. Já passou da hora de exercitarmos outro tipo de cidadania, almejando outro modelo de organização social.

  Várzea Grande-MT 31 de Março de 2022

 

Jalme Santana de Figueiredo Junior 

Doutorando em Geografia pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Professor de Geografia da Educação Básica do Estado de Mato Grosso, lotado na E.E. Fernando Leite de Campos em Várzea Grande-MT, Coordenador do grupo de pesquisa Geografia, Política e Sociedade (GPS) – Instagran @profjalmejr                                          

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