O governo de Jair Bolsonaro divulgou publicamente um número falso de doses contratadas da vacina contra a Covid-19. O Ministério da Saúde citava em propagandas que 560 milhões de doses foram compradas pela pasta. Contudo, ao responder a um questionamento formal do Congresso, a pasta admitiu que o número realmente contratado é a metade disso: 280 milhões de doses.
Uma das peças de publicidade da Saúde, divulgada em 24 de março, relatava que “já foram comprados mais de 560 milhões de doses” de vacinas. Pouco depois, no dia 31, o ministro Marcelo Queiroga repetiu o número. “O governo federal já tem contratados mais de 560 milhões de doses de vacina”, disse ele.
“É claro que não dispomos dessas doses no departamento de logística do Ministério da Saúde, até porque há uma carência de vacinas a nível internacional”, completou.
Segundo reportagem de André Shalders, no jornal Estado de S.Paulo, ao ser questionado pelo Congresso, o Ministério da Saúde reconheceu que a informação é falsa. A pasta informou que já havia 281.023.470 doses contratadas e disse que 281.889.400 estão “em fase de negociação”.
A maioria das doses ainda em processo de compra é da Universidade de Oxford. O Ministério da Saúde diz que são esperados 210 milhões de unidades do imunizante até o fim do ano, mas ainda não há contrato assinado que garanta toda essa produção.
Além dessas, a pasta também aguarda a conclusão da compra de 30 milhões de doses da Coronavac produzidas pelo Instituto Butantan e mais 41,4 milhões que serão fornecidas pelo consórcio internacional Covax Facility, liderado pela Organização Mundial de Saúde (OMS).
