O delegado Thiago Damasceno, que está à frente das investigações sobre a tentativa de chacina, que deixou dois mortos e dois feridos em Rondonópolis, afirmou em coletiva de imprensa, que os dois policiais militares que praticaram o crime, simplesmente queriam matar no dia.
Os agentes públicos em questão são, o policial militar Cássio Teixeira Brito, que foi preso e o comparsa Elder José da Silva, do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), que segue foragido.
“Preliminarmente o que a gente pode dizer é que não existe uma causa que gerou essa ação violenta. Foi simplesmente um crime de ódio. Sem motivação, sem alvo específico. Foram para simplesmente matar pessoas em situação de rua. Pessoas que já vivem numa situação de hipossuficientes, são pessoas carentes, já sofrem da ausência de assistência do estado”, disse na manhã desta sexta-feira (29).
Os dois foram identificados após Elder ter sido baleado na panturrilha por Cássio no momento do tiroteio, possivelmente por acidente, enquanto atirava nas vítimas. Ele buscou por atendimento médico na Santa Casa de Misericórdia da cidade. No local os funcionários acionaram a PM pelo 190, explicando a situação de paciente ferido.
“Havia câmeras de segurança toda cidade, câmeras não são de qualidade eficiente, mas no transcorrer investigação tomamos conhecimento que o PM deu entrada Santa Casa, vítima de um disparo acidental, coincidentemente, logo após o horário dos crimes e em uma SUV de cor escura segundo narrava BO. Checamos imagens no hospital e vimos que era Land Rover. Imagens perfeitas dos veículos, com placa e a dupla transitando dentro e fora do hospital”, contou Damasceno.
“Além disso, uma das vítimas sobreviventes descreveu o momento dos tiros, e informou que o carona passou a arma para que o motorista efetuasse os disparos. “Acredito no nervosismo das ações criminosas, um pode ter ferido o outro com disparo acidental e pode ter registrado BO com desculpa muito esdrúxula, o que fez com que a polícia civil desconfiasse”.
Conforme a Polícia Civil, o agente do Bope foragido pode se entregar ainda hoje. Ele ainda chamou atenção para o ataque contra as pessoas em situações de rua, para que não os confundam com criminosos.
“Pessoas confundem aquelas pessoas com criminosos. Nem todos são. A gente não sabe a história de cada um que está ali. Infelizmente, há pessoas que são preparadas para resguardar a vida dos cidadãos cometendo esse erro”, ressaltou.
Fonte: https://odocumento.com.br

