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Filho e nora de ex-deputado morto têm prisão decretada por envolvimento em esquema de corrupção

A Justiça Estadual decretou a prisão preventiva de Andrigo Gaspar Wiegert e Glauciane Vargas Wiegert. Andrigo, filho do ex-deputado estadual Pedro Satélite, e sua esposa Glauciane são acusados de envolvimento em um esquema de corrupção. A decisão foi proferida pelo juiz João Filho de Almeida Portela, da Sétima Vara Criminal de Cuiabá.

A medida foi solicitada pelo Ministério Público na última terça-feira (18), após os Wiegert terem mudado de endereço sem notificar a Justiça, o que foi interpretado como uma tentativa de fugir da aplicação da lei penal. A defesa do casal, representada pelo advogado Artur Osti, já impetrou um habeas corpus para tentar reverter a ordem de prisão.

Andrigo Wiegert assumiu o processo que envolvia seu pai, Pedro Satélite, após o falecimento deste em janeiro deste ano. O caso investiga crimes de corrupção ativa e passiva, peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa. A ação penal faz parte da Operação Rota Final, deflagrada em 2018 para apurar um esquema envolvendo empresários e políticos com o objetivo de manipular a licitação do transporte intermunicipal no Mato Grosso.

Entre os acusados também estão o deputado Dilmar Dal Bosco, o empresário Eder Pinheiro, dono da Verde Transportes, e o ex-governador Silval Barbosa.

Na decisão, o juiz João Filho de Almeida Portela destacou que a prisão preventiva, embora uma medida extrema, foi necessária para manter a ordem pública e garantir a instrução processual. “A ocultação do paradeiro pelo casal demonstrou a intenção de dificultar a apuração dos fatos”, afirmou o magistrado.

Operação Rota Final

Deflagrada em 2018, a Operação Rota Final investiga um suposto esquema que tinha como objetivo impedir a implantação do novo Sistema de Transporte Coletivo Rodoviário Intermunicipal de Passageiros no estado. Além dos Wiegert, outros nomes de peso, como o ex-governador Silval Barbosa, estão entre os investigados.Segundo o Ministério Público Estadual (MPE), os envolvidos utilizaram meios ilícitos para inviabilizar a Concorrência Pública nº 01/2017, deflagrada pela Secretaria de Estado de Infraestrutura (Sinfra). O objetivo seria manter o controle econômico do setor de transporte intermunicipal e garantir lucros exorbitantes.

De acordo com a acusação, o grupo chegou a comprar um decreto estadual para prorrogar até 2031 as concessões precárias das empresas ligadas aos envolvidos. O MPE sustenta que empresários ofereceram vantagens indevidas a Dilmar Dal Bosco e ao ex-deputado Pedro Satélite, que comandavam a Comissão Especial de Transportes da Assembleia Legislativa, utilizando terceiros para repassar o dinheiro ilícito.

A defesa de Andrigo e Glauciane Wiegert buscam agora reverter a prisão preventiva através de um habeas corpus ajuizado no Tribunal de Justiça. A decisão sobre o pedido ainda está pendente.

FONTE: https://odocumento.com.br/

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