O Figueirense como instituição é uma coisa. O futebol é outra. Portanto, discordo totalmente quando se tenta fazer uma relação do mau momento que vive o futebol do clube com o centenário. Nada apaga a história do Alvinegro. As conquistas, os momentos positivos, as dificuldades, alegrias e tristezas, a história não pode ser esquecida. O centenário deve, sim, ser comemorado.
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Ao longo desse tempo, a ideia dos rapazes do bairro Figueira foi muito além do que eles imaginaram. O time de futebol se transformou em uma potência esportiva, com patrimônios respeitáveis, incluindo a fiel torcida e a marca muito forte. Isso permanece e não pode ser relegado a um plano inferior, por conta do mau momento do futebol.
O que o Figueirense vai lembrar em 12 de junho é a evolução daquele time dos garotos para uma instituição que chega ao centenário com o maior numero de títulos do campeonato estadual em Santa Catarina, entre outras conquistas. A marca Figueirense deve ser respeitada e celebrada. O primeiro time catarinense a disputar o nacional, na criação, em 1972. O vencedor do primeiro clássico, em 1924, contra o maior rival. O reconhecimento nacional como um todo.
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O futebol, se vai mal, faz parte de momentos ruins que marcam a história do clube. Isso não dá direito a entendermos que o centenário não deve ser celebrado. Pelo contrário. Um novo capítulo entre tantos começa a ser escrito na vida do clube. Recuperá-lo administrativa, financeira e esportivamente são metas desafiadoras no ano do centenário.
Há muita gente que precisa ser lembrada neste momento. Pessoas que se dedicaram e deram parte da vida ao Figueirense. Vamos lá, torcedor. Orgulhe-se da sua paixão esportiva. Acredite na potência do seu time. Tudo na vida é passageiro. A instituição não. Ela fica. Acredite.
O poderoso chefão apareceu
Paulo Prisco Paraiso chegou ao Figueirense em 1998, com o cube em situação delicada financeiramente. Hoje vê o clube com uma dívida de R$ 163 milhões, incluindo a Associação de Futebol e a empresa criada para administrar o Figueirense. Na última semana ele apareceu ao lado do presidente do clube, Norton Boppré, e fez um relato emocionado da atuação, dos problemas do cube e do futuro que o espera.
Prisco participou da coletiva com a imprensa para diminuir os insistentes pedidos que reclamam da ausência dele.
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Confiança
Deu números, falou da base do clube, que era 30% da receita do Figueirense durante a gestão dele na presidência e hoje nem está em atividade. Enfatizou, mais uma vez, que quase fecharem o clube e agora só uma gestão muito comprometida, experiente como está ocorrendo salvará o Figueirense. Isso demandará muito tempo. Concluiu dizendo que a recuperação do clube passa pela torcida, que precisa voltar a acreditar e confiar nos atuais dirigentes, seja em qual série o Figueirense estiver. A instituição acima de tudo.
Previsível
Há quatro anos o Figueirense flertava com a Série C e agora firmou o namoro. Era previsível, tanto foram os erros das últimas temporadas, inclusive entregando o clube a pessoas que não tem nada a ver com o futebol e nem com a cidade, muito menos com o Figueirense. Salvar a instituição já foi uma vitória em 2020, graças à intervenção do presidente do Conselho Deliberativo, Francisco de Assis Filho. Mãos a obra. É hora de recuperação.
O Estadual é a razão
Os campeonatos estaduais têm sido muito criticados ultimamente. Há quem entenda que a extinção seria bom, pois há pouca razão para a permanência. Penso que não. Quem sabe, o Estadual é o grande produto para se preparar os times para voos mais altos. Uma espécie de laboratório, onde se testa muita coisa para o futuro. A disputa equilibrada sempre é uma atração da competição. Há sim equívocos, como este do aumento do número de participantes, que não leva a nada. Que se aproveite o nosso campeonato para apagar campanhas muito ruins no Campeonato Brasileiro.
Demorou
A Fesporte, órgão controlador do esporte estadual, foi criada para abrigar gente do ramo, com objetivos bem definidos. Com o tempo passou a ser moeda de negociação para interesses políticos. Mais uma mudança aconteceu no órgão. Está chegando Kelvin Soares, homem do esporte, dedicado ao basquete e que tem tudo para recuperar a entidade. Nada contra ninguém, todos devem ter dado contribuição política ou esportiva, mas precisamos de uma atuação mais presente, participativa e de apoio ao calendário estadual.
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Toque do Bob
Desejo: Por enquanto não passa disso. Os dirigentes do futebol querem a volta do torcedor aos estádios a partir de março, durante o Campeonato Estadual.
Como seria: A reivindicação é de que sejam 30% da capacidade dos estádios. Entendem que com a chegada da vacina e a partir da aplicação, o público pode retornar gradativamente ao futebol. Com os números da Covid19, que não param de aumentar, acho difícil e muito cedo para que isso aconteça.
Ainda não: O governo do Estado ainda não abriu a agenda para receber o futebol e discutir o assunto. Os dirigentes se apegam a vários fatos que estão acontecendo, entre eles a abertura do parque Beto Carrero, cujas arquibancadas foram abertas aos espetáculos. Vem discussão boa por aí.
Logística: Eduardo Costa, o técnico que recolocou o Metropolitano, de Blumenau, na Série A do Estadual deixou o clube. Divergências na logística de trabalho e falta de estrutura foram os principais motivos.
Fortes: Pelo andar da carruagem, dá para perceber que Criciúma e Joinville virão fortes para o Estadual, e com objetivo bem definido: recuperar o futebol.
Valorização: A partir da presença de profissionais catarinenses que conhecem o futebol, o Estadual terá técnicos com história na competição: Vinicius Eutrópio (Joinville), Hemerson Maria (Criciúma), Waguinho Dias (Marcílio Dias), Jerson Testoni (Brusque), Jorginho (Figueirense), Paulo Baier (Prospera), entre outros.
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