Abuso dos contratados, quase 7 mil sem concurso público, acontece nas barbas do Ministério Público e Tribunal de Contas; órgãos fiscalizadores não movem uma “palha” para acabar com o apadrinhamento político na segunda maior cidade de MT
Ao compactuar com um verdadeiro festival de contratações, sem concurso público, o prefeito de Várzea Grande, Kalil Baracat (MDB), flerta com o perigo eminente de afastamento do cargo, conforme ocorreu com o seu colega de partido, Emanuel Pinheiro, em Cuiabá. Por muito menos, Emanuel ficou 37 dias afastado de suas funções por manter minguados contratos temporários na secretaria municipal de Saúde. Em Várzea Grande, o quadro é muito mais grave. Dos atuais 10.094 mil servidores do município, apenas 3.510 são efetivos. Ou seja: 70% da folha salarial do Executivo é formada por pessoas que não entraram na prefeitura, via concurso, mas sim, através de indicação política. São dados assustadores, e que podem gerar enormes consequências jurídicas ao chefe do Executivo.
Na Saúde, por exemplo, cerca de 1.700 servidores são comissionados ou temporários. Como comparativo, no final da gestão da ex-prefeita, Lucimar Campos (União), esse número se resumia a aproximadamente de 1.100 temporários. “Se não adotar atitude, urgentemente, reduzindo drasticamente o número de servidores contratados em ano eleitoral, Kalil pode sofrer consequências danosas na Justiça, inclusive com o seu afastamento das funções administrativas”, avaliou experiente jurista consultado pela coluna, que pediu reservas.
Em março de 2021, início da gestão de Kalil Baracat, Várzea Grande tinha apenas 7.330 servidores, entre efetivos e temporários; hoje já são mais de 10 mil, sendo 70% deles, sem concurso público
Já em março de 2024, portanto após três anos, a prefeitura de Várzea Grande saltou de 2.930 temporários para 6.035, crescimento explosivo de 106%. Detalhe: a maioria dos servidores, sem concurso público, estão alocados nas secretarias de Saúde e Educação
Fonte: https://odocumento.com.br/