Especialista da não-ficção entra na guerra do streaming. Discovery+ chega a 4 de janeiro

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Especialista da não-ficção entra na guerra do streaming. Discovery+ chega a 4 de janeiro

O território pelo qual a Discovery+ vem à luta situa-se ao nível do gosto e do interesse dos espectadores pelos conteúdos ‘factual’, documentais e desportivos, apontando focos também para as transmissões desportivas, propulsionadas em boa parte pela Eurosport, detida pelo grupo.

A nova plataforma “abre ao público” nos Estados Unidos e em mais 25 países, anunciando-se institucionalmente como “o definitivo serviço de streaming da vida real e da não-ficção”. A plataforma já começou, aliás, a dar os primeiros passos em meados de novembro no Reino Unido e na Irlanda, em jeito de teste, antes de abrir asas e voar mais além no dealbar do novo ano.

A Discovery+ ingressa na guerra do streaming quando a Disney+ anuncia contabilizar já 86,8 milhões de subscritores e cerra fileiras na produção para vir a duplicar o número de horas de conteúdos e também quando, fruto do confinamento provocado pela pandemia, a maioral Netflix viu disparar o número de adesões na primeira metade do ano, contabilizando um total de mais de 195 milhões de subscritores em carteira.

David Zaslav, CEO da Discovery, assume-se publicamente em condições de vir a rivalizar com os titãs e a atingir dezenas de milhões de subscritores, apesar de não fixar quaisquer prazos para o efeito. A Discovery+ conta com a diferenciação de géneros e formatos perante os rivais, nomeadamente na linha do factual entertainment (programas de culinária, faça você mesmo e reabilitação de casas e demais, documentários históricos e de vida selvagem, etc.) em que soma e segue, mas conta também com uma invejável taxa de penetração worldwide. Distribui conteúdos em cerca de 200 países e em, pelo menos 50 línguas – um universo que totaliza 470 milhões de espectadores.

Quando arrancar em pleno, a plataforma vai oferecer mil horas de programação exclusiva, 2.500 programas correntes ou clássicos (55 mil episódios), com origem no portefólio de marcas do grupo onde se contam a HGTV, Food Network, TLC, ID, OWN, Discovery Channel, Travel Channel e Animal Planet e igualmente fruto de coproduções e aquisições de direitos com a BBC e A+E Networks. Quando surgir nos ecrãs, a Discovery+ terá uma força de impulso e alavancagem na angariação de subscritores alicerçada em acordos com a telco Verizon, que totaliza 55 milhões de clientes nos Estados Unidos e que poderão ter acesso a um ano de subscrição gratuita do serviço, bem como com a Sky e com a Telecom Italia.

Dado que os conteúdos em que é especialista e se distingue têm custos de produção sobejamente mais baixos do que os principais concorrentes dedicados à onerosa ficção (séries e filmes), alguns analistas consideram que a Discovery+ pode chegar ao break even e à rentabilidade em apenas dois a três anos. A plataforma adotou o modelo misto de monetização. A subscrição mensal terá dois preços: 4,12 euros (4,99 dólares) com exibição de anúncios publicitários; 5,77 euros (6,99 dólares) sem anúncios – um modelo posto em prática pela primeira vez pela Peacock, a plataforma de streaming da NBCUniversal, que opera nos Estados Unidos (26 milhões de subscritores anunciados).

A Eurosport, o braço-armado da Discovery no território dos programas e transmissões desportivas, vai juntar o trunfo dos Jogos Olímpicos de Tóquio ao bouquet de conteúdos da Discovery+, nomeadamente na Europa. Fica por saber o que vai acontecer com a própria plataforma digital da Eurosport, que poderá muito bem vir a ser agregada à plataforma-mãe do grupo, de acordo com Andrew Georgiou, o presidente da Eurosport. A forma como se virá a proceder à negociação dos licenciamentos de direitos das transmissões desportivas terá, portanto, de entrar numa nova era. A data de lançamento da Discovery+ em Portugal ainda não foi tornada pública.

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