Em Várzea Grande, serviço pioneiro acolhe e empodera mulheres

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A Casa de Sarita é referência para o Estado no acolhimento de mulheres e meninas em situação de vulnerabilidade social e econômica, bem como para aquelas atendidas pela Rede de Proteção ao Combate à Violência contra a Mulher, em Várzea Grande. Com pouco mais de um ano de existência, já soma mais de 11,5 mil atendimentos gratuitos.

O espaço traz em seu nome, uma homenagem à avó do prefeito Kalil Baracat (MDB), que foi prefeita de Várzea Grande, e a primeira Chefe do Executivo Municipal da cidade, na década de 1960. E as mulheres são acolhidas por livre demanda, na unidade localizada na Av. Presidente Artur Bernardes, na Vila Ipase. O trabalho multisetorial de excelência realizado no local, atraiu gestores de outros municípios de Mato Grosso interessados em replicar o sucesso, a exemplo do prefeito de Sorriso, Ari Lafin.

Entre as acolhidas está Cleusa de Paula, vítima de violência doméstica. Sofreu por mais de duas décadas calada “achando que era culpada e que não tinha o direito de viver. Eu não me olhava mais no espelho, eu não me reconhecia mais. Até que uma amiga me falou da Casa de Sarita e eu vim ver e tive um acolhimento maravilhoso”.
Como faz questão de contar, ela encontrou na Casa de Sarita a força que precisava para dar a volta por cima. “Conversei com a psicóloga, iniciei terapias como acupuntura, recebi incentivo para buscar uma profissão por meio das oficinas de artesanato e culinária, eu fiz curso de gestão de empreendedorismo e hoje me olho no espelho e tenho vontade de me cuidar, de fazer um penteado, de passar um batom. Coisas que antes eu nem ligava, não tinha vontade”.

Para a dona-de-casa Kely dos Santos, que como ela mesma faz questão de dizer, o espaço foi uma oportunidade de se reencontrar, se redescobrir. “Eu cheguei aqui sem saber quem eu era, sem autoestima nenhuma. Só me lembro que tinha depressão e que naquele momento precisava de um abraço. E foi esse acolhimento que fez a vida se abrir e sorrir para mim novamente”, relembra. Na Casa de Sarita recebe tratamento psicológico, acompanhamento psicossocial e faz cursos. “Cheguei aqui no fundo do poço e hoje se eu pudesse não saia mais daqui. Acaba um curso, começo outro”, confessa sorridente.

Elas não estão sozinhas nessa caminhada de resgates. “A Meyre que chegou aqui era uma Meyre que se enchia de remédios, que não saia da cama. Era triste, que não conseguia dormir. Cheguei aqui e tudo que me disseram que seria bom pra mim eu fiz, me abri pro novo e aqui está o resultado das terapias, dos florais de bach e dos cursos que faço: Uma Meyre que sente útil, feliz e com vontade de viver”, descreve Juscimeyre Batista.

Por resultados transformadores como esses é que a Casa de Sarita deixou de ser uma ação de governo para se tornar um projeto de Estado, uma oferta contínua de serviços, independentemente das novas gestões que vieram. Ainda em 2023, o Executivo Municipal enviou à Câmara Municipal um projeto de Lei que garante personalidade jurídica à Casa de Sarita. Em outras palavras, o espaço seguirá funcionando e mantendo esta estrutura de atendimento e de acolhimento, como um serviço permanente garantido em lei.

Idealizada pela primeira-dama de Várzea Grande, a promotora de Justiça, Kika Dorilêo Baracat, o espaço soma mais de 11.500 atendimentos em diversas áreas desde as práticas terapêuticas – como acupuntura, auriculoterapia e reiki -, passando pelo acolhimento/atendimento psicológico, encaminhamento para delegacia em situações de violência, direcionamento para cursos profissionalizantes em diversas áreas e práticas desportivas como pilates, atividade funcional e hidroginástica. A Casa de Sarita ainda capacitou, por meio das oficinas de Gastronomia e de Empreendedorismo, 1.372 mulheres.

Acesso ao serviço

Além do atendimento em livre demanda, as mulheres são encaminhadas pelos Centro de Referência em Assistência Social (CRAS), associações parceiras, pelo Poder Judiciário, pela Delegacia da Mulher, pelo Ministério Público e entidades do terceiro setor que atendam mulheres que estejam em estado de vulnerabilidade social, e que necessitem de apoio e suporte do município.

A inclusão no serviço será concretizada após a realização de avaliação multidisciplinar e atendimento psicossocial pela equipe técnica de referência, identificando principalmente aquelas mulheres e meninas que não possuem acesso às políticas públicas e sociais e que se encontram em situação de risco, vulnerabilidade social, econômica e comunitária. É imprescindível que a mulher/adolescente atenda aos critérios estabelecidos pela Política Nacional de Assistência Social (PNAS).

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