Membro titular da Comissão de Agricultura, o senador Jayme Campos (União-MT) afirmou nesta quarta-feira (2), que o Senado tem total condições de oferecer saídas para proteger os produtores rurais brasileiros dos prejuízos causados pela crise climática. Entre essas medidas, ele citou, em entrevista à Rádio Senado, a aprovação imediata do projeto de lei 2951/24, da qual é relator na Comissão de Constituição e Justiça, que trata da melhoria dos marcos legais do Seguro Rural.
Produtores rurais e especialistas estão sendo convocados para debater a proposta, em Cuiabá, no próximo dia 14. A medida visa tornar o instrumento mais amplo e acessível. Hoje, apenas 20% da produção nacional está assegurada contra perdas associadas ao clima, enquanto nos Estados Unidos esse índice chega a 80%. Esse baixo índice inibe maiores investimentos na produção.
“Antes de mais nada, é bom que se diga que a crise climática não afeta apenas a agropecuária brasileira, mas ela é nociva para toda a sociedade. Todas as cadeias de produção perdem com os efeitos dessa severa seca que estamos vivendo. O risco vai para além dos prejuízos financeiros já contabilizados”, frisou o senador mato-grossense.
Dados levantados pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil, indicam que os prejuízos causados com as queimadas registradas de junho a agosto somam R$ 14,7 bilhões. Tais fenômenos se alastraram com uma das piores estiagem da história. O levantamento se refere à produção de cana-de-açúcar e bovinos de corte, além da qualidade de solo.
Jayme Campos afirmou que a situação no campo é dramática. Ele ressaltou que a seca e o fogo destruíram pastagens e que algumas culturas correm o risco de não serem plantadas nesse período, em razão da falta de chuvas. “Nós que atuamos no campo sentimos duramente essa situação, com muita tristeza e preocupação”, disse, ao destacar os números de queimadas este ano, que atingiu o patamar superior a 210 mil focos de incêndio.
O relator do PL do novo Seguro Rural lamentou, por outro lado, que o Brasil não tenha se preparado adequadamente para enfrentar essa crise do clima. “Estamos, novamente, como na pandemia, tendo que adotar medidas com o ‘carro andando’ O próprio Governo reconhece que não estava 100% preparado para esse enfrentamento”, enfatizou.
FONTE: https://odocumento.com.br/