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Delegado preso por corrupção teria recebido propina de sobrinho de ex-governador

O delegado de Polícia Civil Geordan Fontenelle, que foi preso nesta quarta-feira (17) durante a Operação Diaphthora, teria recebido propina de um sobrinho do ex-governador Silval Barbosa.

A informação consta na decisão da juíza Paula Tathiane Ribeiro, da 2ª Vara Criminal de Peixoto de Azevedo, que autorizou a prisão dele e do investigador Marcos Paulo Angeli.

Eles são suspeitos de montar um “gabinete do crime” dentro da delegacia de Peixoto de Azevedo, com o objetivo de arrecadar propina. “O núcleo de Inteligência da Casa Correicional [Corregedoria da Polícia Civil] atestou que o sobrinho de Silval, Antônio da Cunha Barbosa Neto, esteve na Delegacia de Polícia, portando uma mochila preta, entretanto ao deixar a unidade, já não mais a carregava consigo”, diz trecho da  decisão.

Um dia depois, segundo a decisão, o delegado chegou à “delegacia dirigindo uma caminhonete Mitsubishi MMC/L200 Triton Savana amarela […] que ainda estava em nome de Antônio da Cunha. Contundo, numa atitude completamente estranha, no dia 17/10/2022, houve a comunicação de venda e, consequentemente, a transferência de propriedade desse veículo para Letícia Cristina de Souza Araújo, esposa do DPC Geordan”.

A suspeita é o veículo foi transferido também como parte do pagamento de propina ao delegado. “Já que durante a investigação demonstrou ser pessoa que anseia por dinheiro ilícito e se utiliza das atribuições de seu cargo para angariar tais vantagens indevidas”, diz outro trecho da decisão.

A decisão não detalha, entretanto, qual seria o motivo do pagamento da suposta propina.

A operação

De acordo com a Corregedoria-Geral da Polícia Civil, as investigações iniciaram após denúncias recebidas no Núcleo de Inteligência, que apontavam o envolvimento de policiais civis, advogado e garimpeiros da região de Peixoto de Azevedo em situações como a solicitação de vantagens indevidas, advocacia administrativa e ainda o assessoramento de segurança privada pela autoridade policial, caracterizando a formação e uma associação criminosa no município.

Com o aprofundamento das investigações foram identificados os servidores envolvidos no esquema. Segundo a Corregedoria da Polícia Civil, o delegado seria mentor e articulador.

O delegado e o investigador são acusados de solicitar o pagamento de vantagens indevidas para liberação de bens apreendidos; exigiam pagamento de “diárias” para hospedagem de presos no alojamento da delegacia e, ainda, pagamentos mensais sob a condição de decidir sobre procedimentos criminais em trâmite na unidade policial.

FONTE: https://odocumento.com.br/

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