Pneumologista e membro do Gabinete de Crise da Ordem dos Médicos, António Diniz é ainda o diretor da Estrutura Hospitalar de Contingência de Lisboa, conhecido como o Hospital de Campanha da capital. Sem filtros, diz que as lideranças falharam, que foram cometidos muitos erros e que, com as medidas corretas, não se teria assistido ao colapso do SNS nem a tantas mortes.
Já foi infetado. Como foi a sua experiência com a covid-19?
Foi em setembro e foi considerada uma doença profissional, embora seja difícil ter certezas sobre o contágio. No primeiro dia senti apenas um mal-estar geral e alguma tosse. Fiz o teste pensando que seria negativo, mas rapidamente percebi que não. Durante 48 horas perdi o paladar, mas nunca perdi o olfato. Não tive dores nem febre alta. Tinha um oxímetro em casa e fui acompanhando a evolução do oxigénio no sangue. Passada uma semana, senti um cansaço intenso e uma náusea impressionante. Cheguei a ficar assustado, mesmo sendo médico e tendo acompanhamento diário. O que me refreou a ir para o hospital foi não saber se voltava. Tentei, até onde fosse racionalmente possível, ficar em casa. Mas tinha tudo pronto: a mala e até fiz a barba.
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