O Estádio 1º de Maio localiza-se no Parque da Ponte de Braga e é utilizado para competições e treinos de futebol e atletismo com a capacidade de 30.000 espectadores. Até 1974, chamou-se “Estádio 28 de Maio”. No início do século XX, surgiu a euforia de um novo desporto, o futebol, e Braga não podia esquivar-se ao entusiasmo que depressa tomou conta da população. Surgiram aqui e além recintos onde se praticava o futebol. Assim, assistiu-se ao aparecimento de campos improvisados nos peões e na Rua do Raio. Passados alguns anos, e porque se tornava fundamental fundar um clube que honrasse a cidade e a região, surge o Sporting Clube de Braga, que na Quinta da Mitra, propriedade do Estado, fez um pequeno campo para a prática do futebol.
A ideia da construção de um novo campo surgiu de seguida e logo se interessaram não só as forças vivas da cidade, como o próprio Estado, que através de fundos desbloqueou as verbas necessárias para o empreendimento. Para o projeto foi eleito como arquiteto o engenheiro Travassos Valdez, que idealizou um estádio que ombreasse com o Estádio Nacional, no Jamor, e que tal como este foi construído em pedra. No ano de 1946, e com o intuito de comemorar o 21º aniversário da Revolução de 28 de Maio de 1926, foi assinalado o início da construção do estádio. Assim, com o auxílio de uma escavadora foi depositada a primeira pedra.
No dia 28 de Maio de 1950, Salazar e Óscar Carmona, acompanhados pelo Ministro da Marinha e das Obras Públicas, inauguraram o Estádio Municipal que se passou a denominar “28 de Maio”. Foram convidados os grupos desportivos da região e organizou-se uma grande parada desportiva. Realizaram-se também dois jogos de futebol onde se disputaram duas taças, uma entre o Futebol Clube do Porto e o Sporting Clube de Braga, que empataram, e Sport Lisboa e Benfica – Sporting Clube de Portugal, em que venceu o Benfica. Esta festa trouxe à cidade um mar de gente, que a inundou logo pela manhã. A seguir ao 25 de Abril de 1974 o nome de estádio mudou para o atual.
Denúncia de abandono e vandalização dos painéis de bronze da fachada principal
Os painéis de bronze com altos relevos apresentam diversas inscrições com ênfase para um verso da estância 47 do Canto II da obra Os Lusíadas, de Luís Vaz de Camões e são da autoria do escultor Salvador Carvão da Silva d` Eça Barata Feyo (1899-1990).
Em comunicado ao Semanário V, Carlos Dobreira denuncia que tem sido com estupefação que tenho assistido à progressiva degradação e vandalização dos painéis de bronze da fachada principal e dos portões de ferro forjado do Estádio 1.º de Maio, em Braga. Nos painéis é possível observar pichagens e inscrições, sendo que o local é propício a convívios e à deposição de resíduos.
“Infelizmente, devido ao estado de degradação dos painéis, o verso camoniano Ó gente forte e de altos pensamentos, acaba por envergonhar o nome da cidade, ser um embaraço para a mesma e validar o desleixo a que está votado pelo seu proprietário. Face ao exposto e ao facto do Estádio 1.º de Maio, estar classificado como Monumento de Interesse Público, como cidadão bracarense venho apelar à realização de diligências para que se proceda à remoção dos painéis referidos e à sua salvaguarda e preservação em instalações a definir”, conclui o cidadão.
Fotos: Carlos Dobreira
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