Por Ricardo Padilla de Borbon Neves é empresário
Dos 538 empreendimentos em operações em Mato Grosso que geram energia elétrica, 74% são de fonte hídrica, a forma mais antiga de geração de fonte limpa no país. Dos 4,2 GW de potência instalada no Estado, 3,19 GW são oriundas das 12 usinas hidrelétricas (com mais de 30 MW), 70 Pequenas Centrais Hidrelétricas (entre 1,1 MW e 30 MW) e 61 Centrais Geradoras Hidrelétricas (com até 1MW de potência instalada). O restante vem de fonte solar ou das termelétricas de origem fóssil ou biomassa.
Mato Grosso, um dos estados mais ricos em recursos naturais do Brasil, e as Pequenas Centrais Hidrelétricas, ou PCHs, tem desempenhado um papel crucial na geração de energia limpa. Estas estruturas têm se destacado como uma alternativa viável e sustentável para suprir a demanda energética da região, ao mesmo tempo em que respeitam o meio ambiente e contribuem para a redução das emissões de gases de efeito estufa.
A principal vantagem das PCHs reside em sua capacidade de gerar energia limpa e renovável a partir do aproveitamento do fluxo dos rios, sem a necessidade de grandes represamentos ou impactos ambientais significativos, como no caso das Usinas Hidrelétricas. As PCHs exigem áreas menores para sua construção e operação.
Outro aspecto relevante das PCHs é sua contribuição para a diversificação da matriz energética. Ao complementar outras fontes de energia, como a energia proveniente de termelétricas ou de grandes hidrelétricas, as PCHs ajudam a reduzir a dependência de combustíveis fósseis e promovem uma transição mais sustentável para um sistema energético mais limpo e resiliente.
As Pequenas Centrais Hidrelétricas também podem contribuir no sequestro de carbono e, em alguns casos, até mesmo gerar créditos de carbono. Embora a geração de energia hidrelétrica em si não envolva a queima de combustíveis fósseis, as áreas de represamento criadas por PCHs podem servir como sumidouros de carbono, pois a vegetação aquática nessas áreas pode capturar e armazenar o carbono atmosférico.
Em alguns casos, projetos de energia renovável, como PCHs, podem ser elegíveis para certificados de redução de emissões de carbono, que podem ser comercializados em mercados de carbono ou usados para cumprir metas de redução de emissões de carbono estabelecidas por governos ou organizações.
Os projetos de PCHs também tem impacto econômico nas cidades com a geração de empregos diretos e indiretos durante a construção e operação das usinas, além de promover o desenvolvimento regional por meio do aumento da arrecadação de impostos e do investimento em infraestrutura.
Em suma, as Pequenas Centrais Hidrelétricas desempenham um papel crucial na geração de energia limpa em Mato Grosso, proporcionando uma fonte de eletricidade confiável, sustentável e economicamente viável, enquanto contribuem para o desenvolvimento regional e a proteção do meio ambiente. Investir nesse setor promissor é essencial para garantir um futuro energético mais sustentável e resiliente para o estado e para o país como um todo.
Ricardo Padilla de Borbon Neves é empresário