O Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) realizou, na manhã desta sexta-feira (27), a sessão solene de posse da juíza de Direito Graciema Ribeiro de Caravellas no cargo de desembargadora. Ela foi eleita por unanimidade pelo Pleno em sessão administrativa, que ocorreu na tarde de quinta-feira (26), pelo critério de antiguidade.
A presidente do TJMT, desembargadora Clarice Claudino da Silva, deu início à cerimônia, que contou ainda com a participação dos demais membros da Corte, autoridades, familiares e amigos da empossada, magistrados e servidores e público em geral.
A até então empossanda foi conduzida ao Plenário pelos desembargadores Orlando de Almeida Perri e Maria Aparecida Ferreira Fago, respectivamente, o mais antigo e a mais recente membros da Corte estadual. Graciema Ribeiro de Caravellas prestou juramento e, em seguida, a diretora-geral do TJMT, Euzeni Paiva de Paula, fez a leitura do termo de posse, que foi assinado pela presidente e pela nova desembargadora. Seguindo o rito processual, Clarice Claudino leu o documento e o oficial de justiça vestiu a vestes talares em Caravellas, que recebeu das mãos da presidente sua nova carteira funcional. Ela também foi condecorada com o colar do mérito judiciário, sendo muito aplaudida por todos.
A presidente do TJMT, desembargadora Clarice Claudino, desejou à Graciema Caravellas que tenha “uma trajetória ainda mais marcante pela sua personalidade forte, mas ao mesmo tempo justa, magnânima e, simplesmente, sendo essa mulher extraordinária, que a sua trajetória e a sua biografia mostrou a todos nós”. Clarice Claudino desejou ainda que o Tribunal saiba acolher todo o potencial de Graciema e deles usufruir ao máximo. Convidou ainda que todos possam transmitir à magistrada gratidão pelo seu trabalho e dirigir a ela os melhores sentimentos.
Em seu pronunciamento, a desembargadora Graciema Ribeiro de Caravellas recordou os desafios que enfrentou ao longo de 26 anos de magistratura, destacando pontos históricos que testemunhou em cada uma das seis comarcas por onde passou, começando pela comarca de Pontes e Lacerda. “A partir de então é que pude me conscientizar sobre o quão difícil, apesar de nobre, é o exercício da magistratura, em especial na comarca, na época considerada de difícil provimento dadas as suas peculiaridades (notadamente o alto e diversificado índice de criminalidade que a assolava), instalada há apenas um ano e ainda precária de recursos físicos e de pessoal, quando nosso meio de comunicação oficial com o Tribunal de Justiça ainda era o Telex”, recordou.
Em um longo, marcante e emocionado discurso, a magistrada continuou refletindo sobre a carreira, demonstrando o desafio que permeia a profissão: “O passar dos tempos me foi ensinando, desde aqueles longínquos idos de 1986, que ser juiz não se limitava a realizar audiências e a definir processos. Era preciso se desdobrar na administração de um fórum ainda carente de quase todos os recursos. Era necessário exercer as funções de assistente social e de psicólogo – ainda não previstas no quadro funcional ou, pelo menos, ainda não instaladas – cuja ajuda era buscada, especialmente por mulheres que vinham de longe procurando o auxílio e a orientação da juíza, que mulher como elas, poderia lhes solucionar os conflitos familiares para que não mais continuassem espancadas e traídas por seus cônjuges. Era um atendimento que se arrastava até tarde da noite, muitas das vezes à luz de velas, como também eram concluídas as longas e exaustivas audiências porque os motores e geradores de energia eram desligados após determinado horário”, lembrou.
Graciema Caravellas destacou que foram anos de determinação e luta, realizando reuniões em escolas e demais órgãos públicos, buscando “conscientizar a sociedade sobre a necessidade de mudança comportamental e de ideias para suas futuras gerações”.
Fonte: https://odocumento.com.br/