Os chefes da diplomacia de Israel e Emirados Árabes Unidos reuniram-se esta sexta-feira no Chipre, poucos meses depois de estabelecerem relações, e previram uma nova fase de “mudanças” no Médio Oriente.
Segundo o Ministro de Estado das Relações Exteriores dos Emirados, Anwar Gargash, o encontro na cidade costeira cipriota de Paphos foi o símbolo de “um Médio Oriente em mudança”, tendo sido discutida a cooperação política e económica, tal como o uso de tecnologia para lutar contra a covid-19.
Gargash disse ainda que o novo relacionamento com o estado hebraico permite uma “visão estratégica alternativa” destinada a fortalecer a segurança regional e apelou a uma “parceria estratégica no domínio da energia entre o Mediterrâneo Oriental e o Golfo”.
O ministro israelita das Relações Exteriores, Gabi Ashkenazi, afirmou que “esta nova parceria estratégica se estende das costas do Golfo” ao Mediterrâneo e à Europa e que há uma “possibilidade real de mudar o rosto do Oriente Médio”, construindo a paz através de negociações.
Em relação ao Irão e o seu programa nuclear, Ashkenazi reiterou que Israel “fará o que for necessário para impedir que este regime radical e antissemita adquira armas nucleares”.
O anfitrião, o ministro cipriota Nikos Christodoulides, afirmou que a “parceria regional” está aberta a todos, tal como o fez o chefe da diplomacia grega, também presente.
Os Emirados Árabes Unidos anunciaram em março a criação de um fundo de 10 mil milhões de dólares (8.300 milhões de euros) para investir em “setores estratégicos” de Israel, incluindo energia, indústria, água, aeroespacial, saúde e tecnologia agrícola.
Segundo a agencia estatal emirati, WAM, a criação do fundo, na sequência da recente normalização das relações diplomáticas entre ambos os países, foi anunciada pelo príncipe herdeiro de Abu Dabi, Mohamed bin Zayed al Nahyan, numa teleconferência com o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu.
Os dois países estabeleceram relações diplomáticas no final de 2020, nos históricos acordos de Abraham, patrocinados pelos Estados Unidos.
As dotações do fundo virão de instituições governamentais e do setor privado, e o acordo representa “uma manifestação do novo espírito de amizade e cooperação entre os três países, bem como sua vontade comum de fazer a região avançar”, afirma a WAM.