Alvo de operação por corrupção no DAE, vereador diz que prisão tem viés político

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 O vereador de Várzea Grande, Pablo Pereira (União), que foi preso na última sexta-feira (20) e liberado na tarde de segunda-feira (23), afirmou que sua prisão tem viés político.

O parlamentar é acusado de envolvimento em uma organização criminosa que atuava na Diretoria Comercial do Departamento de Água e Esgoto do município (DAE-VG). No entanto, Pereira defende que sua prisão foi baseada apenas na relação política que mantinha com servidores da autarquia.

Segundo o vereador, a investigação teve início em 2019, antes de seu mandato, e seu nome só foi incluído nas apurações em junho deste ano. Ele aponta que sua prisão ocorreu de forma suspeita, a poucos dias das eleições municipais, nas quais ele aparece entre os candidatos mais citados nas pesquisas. A partir de 15 dias antes do primeiro turno, candidatos só podem ser presos em flagrante delito, conforme o Código Eleitoral.

“Não tem como não pensar que a inclusão do meu nome foi uma arma política. Meu nome só entrou nas investigações em junho, e fui preso um dia antes de valer a lei eleitoral”, afirmou o parlamentar, em defesa à imprensa.

Pablo Pereira alega que não há nenhuma prova no processo que demonstre que ele tenha recebido vantagens financeiras ou que tivesse acesso ao sistema do DAE-VG para manipular dados. Ele argumenta que sua participação nas investigações está ligada apenas à indicação de alguns nomes para cargos na autarquia, o que, segundo ele, é uma prática comum no Legislativo e no Executivo.

“Agora me diz, qual parlamentar no País não tem nomes indicados na esfera pública? Se um indicado cometer uma ilegalidade, quem indicou será investigado também? Essas tratativas são comuns e não correspondem a crime algum”, declarou o vereador.

Ele também destacou que o único conflito que teve com o então diretor-presidente do DAE, Carlos Alberto Simões de Arruda, foi para evitar a exoneração de um apoiador. Para Pereira, esse tipo de intervenção política é comum e não configura crime.

Pablo Pereira, que está afastado de suas funções legislativas por conta das investigações, demonstrou preocupação com os efeitos que a prisão pode causar em sua campanha para a reeleição. Ele foi o terceiro vereador mais votado em 2020 e está concorrendo novamente neste ano. Mesmo abalado, Pereira diz que vai seguir na disputa para provar que foi injustiçado.

“Ainda que digerindo todo esse processo, que me causa uma grande tristeza, não posso me abater. Preciso continuar na campanha e também provar minha inocência”, afirmou.

O vereador foi liberado após decisão do desembargador Gilberto Giraldelli, que revogou sua prisão preventiva e determinou medidas cautelares. Entre as restrições, estão o uso de tornozeleira eletrônica e a proibição de acessar o DAE-VG e outros órgãos públicos municipais.

“Como advogado, sei que até provar minha inocência tenho que seguir à risca cada regra imposta. Tenho confiança de que a Justiça vai agir com seriedade nesse processo”, concluiu Pablo Pereira.

FONTE: https://odocumento.com.br/

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